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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Entrega das prendas

Na televisão, O Gonçalo, participando via Net a partir do Dubai. Longe de nós, mas sempre bem presente.
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A chegada do Pai Natal

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domingo, 20 de dezembro de 2009

O presépio


Enternece-me a história de um menino pobre, filho de um humilde carpinteiro, nascido num estábulo, em companhia de animais de trabalho que o aquecem com o próprio bafo. Não conheço muito de religiões, mas quantas haverá que fazem nascer o seu Deus em tamanha miséria e desconforto? Vindo ao mundo para trazer a paz e a concórdia, para nos ensinar a amar o próximo? (Graças a Ele, imagens como esta não decorrem da aplicação da lei no mundo cristão.). Por isto, por muitas outras coisas, como o amor àquelas tradições que não causam mal nem sofrimento, fazemos o presépio. Compro o musgo, procuramos as figuras, colam-se as decapitadas, a Ana e o Afonso dispõem-nas, e está feito. Sem luzes a piscar, nem efeitos especiais. Apenas um presépio tão humilde e tão mal amanhado como terá sido o original.



Veja-se a devoção dos meus netos! O Afonso ajoelhado, o Miguel até faz flexões! Apanha o irmão mais velho distraído e surripia os galos: -- Có-Có..., vai dizendo, e logo acorre o Afonso, justiceiro: --- Miguel, não é para mexer, é só para ver!

(Clicar nas fotos para ampliar)

Tempo para palrar, tempo para governar

Ligo a televisão e vejo um dirigente queque PS, como agora parece ser moda, sumidos que estão os homens e mulheres de tomates que honraram o PS de antanho, a debitar com voz efeminada umas ameaças ao presidente por ter reduzido a grande vitória casamenteira da esquerda larila à sua real insignificância. Não votei em Cavaco, mas é o meu presidente. Aos dirigentes socialistas que se não sabem calar num momento em que já se prevê um aumento do desemprego para 15%, só posso dizer:
-- Pá, agora que já se podem casar, tratem mas é de governar.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Miguel e o avô

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Como um cidadão se torna arguido

Não tenho nada, nem sequer uma simples multa de estacionamento, no cadastro. Mas aprendi hoje que tentar validar uma licença de uso e porte de arma de caça caducada, indo por iniciativa própria à polícia, torna o cidadão (responsável, mas distraído com o tempo) arguido, com termo de identidade e residência, arma e licença apreendidas, até que o tribunal decida o que lhe fazer. Tenho a caçadeira desde 1982, tempo em que caçava, obrigado pela minha cadela setter, a Lisa, na foto, que em dias de caça -- ela sabia quais eram -- me acordava alta madrugada e não mais me dava sossego até que estivéssemos no campo, ela parando codornizes, eu errando-as umas após outras. Quando a Lisa morreu, arrumei a espingarda e pude passar as manhãs de domingo na cama. De cinco em cinco anos, telefonavam-me, primeiro da câmara municipal, depois da própria polícia, lembrando que a licença estava prestes a caducar, e prontamente pedia outra. Até que estas mordomias acabaram. E hoje, eu, que nunca cometi qualquer delito, entrei  sem proveito material nem glória mediática para o rol dos VIPs --- por ter deixado caducar uma licença. No mínimo, aguarda-me multa pesada. Mas, mesmo assim, sei que continuarei a não saber que dia do mês é hoje, a esquecer-me do ano em que estamos... Tempus fugit.
ADENDA:

A Lisa e eu, às vezes, caçámos alguma coisita. Perdizes, codornizes, galinholas, raramente coelhos, que ela detestava-os.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Não acerto uma!

Gosto muito de ler poesia. Não me fico pelos consagrados. Sempre que posso, passo os olhos por sites de amadores. Neles, de vez em quando, raramente, há uns versos que me seduzem, pela originalidade, pelo ritmo, pelo conteúdo, embora, quase sempre, sinta que falta algo ao poema para que esteja acabado. Então, humildemente, elogio o texto, acrescentando, quase como quem não quer a coisa, que com um pouco mais de trabalho... Trabalho porque, sinto-o, a inspiração está lá, e toda a vida tenho repetido o dito de Paul Valéry: "perfection, c'est travail".
Ainda não encontrei poeta que me perguntasse o que é que falta no poema, o que mudar, como melhorar. É impressionante a segurança que manifestam, a certeza que os anima, a convicção de que qualquer crítica que vá além do elogio hiperbólico é apenas uma opinião, que se perde entre numerosos encómios.
Impressionante. Quase os invejo, eu que revejo dezenas, centenas de vezes os meus textos, e continuo insatisfeito. Que, quando estou prestes a terminar um romance, acordo de noite a ver passar, uma a uma, cada frase, cada palavra, sempre procurando melhor solução  -- eu sei, parece mentira, e posso garantir que esta obsessão não é fonte de qualquer prazer. É a escrita, como a concebo, como a vivo, tortura diária e inglória. Felizes aqueles que se contentam com glória fácil, que a colhem com a naturalidade de um fruto maduro que lhes cai nas mãos.

Mas ocorre-me também que pode haver outras explicações para esta obstinação poética. Por exemplo, a vaidade. E socorro-me de um dos meus livros favoritos:
"O segundo planeta era habitado por um vaidoso:
-- Ah! Ah! Aí vem um admirador visitar-me! exclamou de longe o vaidoso, mal avistou o principezinho.
Porque, para os vaidosos, os outros homens não passam de admiradores.
(...)
Mas o vaidoso não o ouviu. Os vaidosos só ouvem os elogios."

Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho

Aquecimento global

Mau tempo: 10 distritos do Norte e Centro em alerta amarelo devido ao frio, chuva e neve

15 de Dezembro de 2009, 19:08 Aqui
Para reflexão séria sobre o título deste post, ler aqui a polémica entre especialistas na matéria.
Veja-se também isto, hoje (negrito meu):
"O erro de Al Gore lança novas dúvidas sobre a cimeira, numa altura em que existe uma enorme controvérsia em torno do "Climategate": centenas de emails de cientistas ligados a um dos principais órgãos britânico de estudo das alterações climáticas, que foram apanhados por "hackers" e veiculados por toda a Internet, sugerem que existiu manipulação de dados no sentido de reforçar o argumento de que a actividade humana está a provocar o aquecimento global." in Jornal de Negócios Online

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Romanceiro


Releio o Romanceiro e maravilho-me com a perfeição dos textos. Nem uma palavra supérflua, nem uma explicação escusada -- é ao leitor que cabe proceder às ilações. Veja-se este primor de erotismo, de psicologia feminina e masculina, em que o caçador gabarola acaba caçado pela fina lebre que em três horas de corrida não chegou a cansar:
ALBANINHA
— «Albaninha, Albaninha,
A filha do conde Alvar!
Oh! quem te vira Albaninha
Três horas a meu mandar!»
— «Pouco tempo são três horas,
Mas vem depois o contar.»
— «Usança de maus vilões
Nunca a eu soubera usar.
Com esta espada me cortem,
Com outra de mais cortar,
Donzela que em mim se fie
Se eu disso me for gabar.»
Inda bem manhã não era
Já na praça a passear;
Aos três irmãos de Albaninha
Se foi de braço travar:
— «Esta noite, cavaleiros,
Sabereis que fui caçar;
Em minha vida não tive
Noite de tanto folgar.
Era uma lebre tão fina
Que nunca vi tal saltar:
Com três horas de corrida
Não a cheguei a cansar!»
Disseram uns para os outros:
— «Bom modo de se gabar!
Será de nossas mulheres?
Das irmãs nos quer falar?»
Responde agora o mais moço
Discreto no seu pensar:
— «Não vedes que é de Albaninha,
Que o traidor quer difamar?»
Foram os três para um canto,
Puseram-se a aconselhar;
Diziam os dois mais velhos:
— «Vamo-la nós a matar?»
E o mais moço respondia:
— «Vamo-la nós a casar?»
— «Sim! e o dote que ela tem.
Nós o temos de pagar.»
Vão ao quarto de Albaninha,
De voda a foram achar;
Duas aias a vestiam,
Duas a estão a toucar.
— «Albaninha, Albaninha,
A filha do conde Alvar!
As barbas de teu pai conde
Que bem lhas soubeste honrar!»
— «As barbas de meu pai conde
Tratai vós de as honrar,
Pagando-me já meu dote,
Que agora me vou casar.»

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Pão, pão

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dos professores

Recomendo a leitura deste texto. (E depois, de todo o blogue De Rerum Natura).

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cores do Outono

"Outono de seu riso magoado"
(Camilo Pessanha)
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O TeX

Por exigência do Reinaldo, aqui vai o TeX. Também ele adora ir aos Montes.
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Aguardente

Montes. Na queima da borra e de restos, não azedos, de vinho. A aguardente resultante servirá para fazer o abafado, para envelhecer; a de pior qualidade, aproveito-a para desinfectar vasilhame e assar chouriço.
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Terceira reimpressão de Entre Cós e Alpedriz


Afinal, não está tudo na me'ma. Uma encomenda chegada hoje obrigou-me a fazer terceira reimpressão de Entre Cós e Alpedriz, uma vez que me restam apenas 8 exemplares das tiragens anteriores. Vantagens do Print on Demand: tiragens à medida das encomendas, a preços compensadores.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tudo na me'ma

"Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Dũa austera, apagada e vil tristeza"
Os Lusíadas, Camões

Tudo na me'ma

"Cruges, depois de um silêncio, rosnou encolhendo os ombros: — Se eu fizesse uma boa ópera, quem é que ma
representava?
— E se o Ega fizesse um belo livro, quem é que lho lia?"

Os Maias, Eça de Queirós