Ontem à noite e hoje de manhã apaguei irreversivelmente largas dezenas de textos, antigos e recentes. A purga vai continuar.
Para mim, escrever é sobretudo isto: apagar. E recomeçar, tentando fazer melhor.
Preciso destes banhos de humildade. Tanto, que entre os raros textos que poupei estão autocríticas tão duras que me é doloroso relê-las. Ficam, são preciosas, volto a elas regularmente, não por masoquismo, mas para que os elogios me não façam perder o norte.
Nem tudo, porém, é tortura. Creio que veio até mim, depois de procura árdua, nova história, ainda com desenvolvimento desconhecido, já com o tom e a toada justos.
Assim escrevo. Levado pelo ritmo, por bússola o instinto, por modelo o triste Avalor que parte em barca sem leme em busca da Arima amada -- personagens de uma história para a qual a narradora inicial não vislumbra leitores.
Mais fácil, mais produtivo, seria fazer ponto-cruz, arranjar desenho prévio e encher, encher. Só que não é esse o meu modus faciendi...
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