quarta-feira, 18 de maio de 2022

No tempo da magia

 “Em nome do Anjo Bento…”

E a velha passava uma vez com a faca ferrugenta  sobre o cobrão

“Eu te corto…”

E a faca passava segunda vez

“Bicho peçonhento…”

Última passagem coma faca. A terceira.

“Está feito. Amanhã ou depois já estás bom. Mas, se o rabo se tivesse juntado à cabeça, ias para debaixo da terra.

Assim se tratavam as picadas de aranha. E todas as outras maleitas, cada qual com sua oração. O que faltava em médicos, em remédios, sobrava em rezas, as quais, se ditas com fé suficiente, porque então como hoje basta acreditar para que o milagre aconteça, tudo curavam graças à intervenção dos santos  da especialidade. 

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