A empregada do café tinha pêlo na venta. Era sobretudo com os proprietários de segunda geração, da idade dela, que espingardeava:
Hás-de arrumar essas garrafas de gás vazias… mandava o genro dos “donos velhos”.
Arruma-as tu, que tens bom corpo para isso! E bem folgado!
O patrãozinho fervia de raiva, ralhava.
E ela: Olha lá, porque é que me não despedes? Fico em casa a receber o subsídio de desemprego, e não tenho de te aturar!
Entrei com um amigo para almoço frugal, de trabalho no campo: Duas sandes de presunto e duas cervejas, faz favor.
Abanou a cabeça: Comam de queijo.
Está bem, anui..
Mas o meu amigo é casmurro: Mas tem ali presunto, porque é que tem de ser queijo?
Interrompi-o: Não teimes, comemos sandes de queijo, depois explico-te.
Não se calou às primeiras. Comidas as sandes, bebidas as cervejas e o café, já fora, voltei à carga: Ó meu sacana, não percebeste que o presunto deve estar estragado?
Ah, era isso? Porque é que ela não disse?
Com a patroa ao lado e o café cheio?
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