Levo as críticas muito a sério. Mais do que os elogios. porque me obrigam a reflectir e, caso lhes reconheça pertinência, a atalhar caminho.
Semanas atrás, um visitante deste blogue fez-me o seguinte reparo:
"... não aprecio a falta dos artigos nas frases seguintes: "... seguem travesti mais produzido..." e "... assistem pacatos a revista com umas piadas...".
É uma marca de estilo recorrente e muito visível nestes seus escritos: aparece quase sempre. Mas soa-me mal e soa-me de todas as vezes que a leio, o que a torna ruidosa. Pode ser defeito meu, mas na minha construção da leitura prefiro a concretização mesmo indefinida de um artigo a esse vago que gera de modo propositado. "
Tenho reflectido sobre esta crítica, mas não me consigo decidir. Note-se que não é a gramaticalidade das frases que está em causa, mas um pormenor estilístico, e mal do autor sem estilo próprio. Por outro lado, este pormenor estilístico pode tornar-se, como diz o meu crítico, ruidoso e desagradável.
O que acham? Agradeço todas as contribuições.
2 comentários:
O caríssimo labora num equívoco: as únicas contribuições válidas são as de um editor e de revisor. Um olhar de um editor afere, pela prática que tem, o mérito e o desmérito de um texto. É preciso trabalhar demoradamente com ele e depois ir discutindo com o revisor opções como a que refere. Opiniões de outras pessoas, bons leitores que sejam, não lhe acrescentam nada, não o ajudam em nada. Mas alguma coisa me diz que não está disposto a perceber isto.
Caríssima anónima, escrevi que agradecia todas as contribuições, e assim será. Creio, no entanto, que se equivocou: eu não pedi que me avaliassem o mérito ou demérito de um texto, mas que se pronunciassem sobre uma questão de estilo: a omissão frequente de determinante.
(Ah, se eu encontrasse a Estilística da Língua Portuguesa, de Rodrigues Lapa, que anda perdida na estante! Vou ter de me socorrer da Gramática da Língua Portuguesa, de Celso Cunha e Lindley Cintra, que deve tratar dessa questão.)
Sabe, serão resquícios dos métodos de investigação em linguística, em que frequentemente se pede aos falantes que avaliem a maior ou menor aceitabilidade de enunciados muito próximos, e.g., O livro de que gosto / O livro que gosto...
Tem razão, não estou disposto a perceber o que me diz, porque a tal subjaz a impossibilidade de escrever e de publicar, uma vez que, por razões que me são já fastidiosas de explicitar, não tenho editor nem revisor. E quem não tem cão caça com gato Ou declara-se anti-caça.
JCC
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