Tanto a religião como a ciência estão de acordo nisto: o Universo surgiu do Nada. Ou criado por uma divindade, ou como resultado de uma singularidade que originou o Big Bang.
(Divindade e singularidade são apenas palavras, uma criação humana, para mencionar o desconhecido.)
Mas ateus e crentes divergem num ponto fundamental: para os primeiros, não é necessária intervenção criadora: o Nada é instável, a criação de um universo exige uma energia mínima ou até nula (somada toda a energia do nosso Universo, positiva e negativa, dá zero), e as flutuações quânticas não só permitem, mas exigem que no Nada primordial surjam constantemente partículas, umas virtuais outras reais, pelo que os universos podem brotar como cogumelos na floresta após chuvada de Outono e nessa infinidade de universos, um, o nosso, reuniu as condições necessárias e suficientes para o aparecimento de seres capazes de reflectirem sobre a sua criação.
Porém, tal como a existência de um Criador coloca a questão da sua origem, também a criação de universos a partir do nada tem o seu calcanhar de Aquiles: o que é o Nada, porque há nesse Nada leis científicas, por básicas que sejam, a permitir a existência da Mecânica Quântica e respectivas flutuações?
Somos, tanto na hipótese criadora do Universo por divindade, como na materialista, por exigência das leis da Ciência, confrontados com algo pré-existente necessário à criação do Universo, e, eventualmente, de outros universos…
A distingui-las, apenas palavras.
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