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sábado, 30 de abril de 2011

Portugal tem talentos


Que imitam na perfeição a voz, os requebros, os trejeitos, a mímica, os tiques de Jorge Palma, Rui Veloso, Manuel Freire. Outros clonam perfeitamente as receitas literárias da moda. Quais camaleões, olhamos para eles, mas apenas conseguimos ver os originais que copiam. Só não se imitam a si próprios. Talvez porque o sucesso de que gozam os impeça de compreender isto: 
Quando tu fores Tu, não haverá mais Deus nem Demónio.
FOTO: (clicar para ampliar). Sardanisca à caça no meu quintal. Como ela, antes réptil humilde que camaleão  bem sucedido.

Elogios


Sobejamente conhecidos, do tempo em que havia crítica, debate, confronto de ideias. Tão bons que geraram inimigos do peito. Porque, naquele tempo, o valor de um homem media-se pelo dos seus inimigos.
“A sua tese tem tanto de bom como de original. Infelizmente, o que é bom não é original; o que é original não é bom.” Marcelo Caetano para já me não lembro quem.
“A sua tese é uma excelente súmula das leituras feitas.” Lindley Cintra para não digo quem.
“É um excelente romance do século XIX.” Vergílio Ferreira sobre Mau tempo no canal.

Escrita feliz

Ouço-os: a escrita sai-lhes naturalmente, sem sofrimento nem especial esforço. Escrevem por prazer, ou não o fariam. Um, que vende em barda, confessa até que não conhece a branca do escritor. O seu problema está na falta de tempo e não na de ideias, pelo que se fica por modestas trinta páginas diárias.
Escrevem como eu cago. E o resultado não é muito diferente.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ventos contrários

Não me refiro às sondagens que sugerem nova vitória de Sócrates, nem às notícias que, diariamente, os media inventam sobre o pacote do FMI & C.a. Relativamente a essas duas tragédias, estou conformado: só tenho um voto e não será para o PS; quanto aos cortes, lá diz  povo, vão-se os anéis e fiquem os dedos. Não. Os ventos contrários são os que ameaçam a minha agricultura, com previsão de mau tempo para o fim-de-semana; tenho a vinha e as batatas para curar, o feijão e o milho para semear, e assim não dá. É certo que uma desgraça nunca vem só, mas não poderia chover apenas de segunda a sexta?
FOTO: Lisboa, 2009

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Literatura sem palavras

A "Universidade do Porto lança um desafio à criatividade, ao sintetismo e à imaginação de toda a comunidade: escrever um micro-conto de ficção com apenas 100 palavras..."

Aprecio o micro-conto, já escrevi alguns, mas cem palavras? Como contar uma história, transmitir ideias, exprimir sentimentos e sensações, criar ambiente, num texto do tamanho deste post? Tudo se faz, evidentemente, mas a que preço? Se há matéria em que a miniaturização me parece pouco apetecível, ei-la.
Avizinha-se uma nova literatura, especialmente concebida para analfabetos: sem palavras, para não ser preciso ler. Idealmente, uma página em branco, para acompanhar com música bem batida.
(100 palavras)

A excepção e a regra

O acordo entre os ferroviários e a CP que levou à desconvocação da greve alargada tem argumentação deveras arrevesada, que sugere descarrilamento da empresa:
Em causa estão os cortes salariais, abrangidos no Orçamento do Estado, nas horas extraordinárias, no horário nocturno, nos dias de descanso e nos feriados que ficarão sem efeito, caso o acordo tiver o aval das duas tutelas, tendo em conta a excepção de a CP depender directamente do trabalho extraordinário dos funcionários para o regular funcionamento.
Como é que pode  "a CP depender directamente do trabalho extraordinário dos funcionários para o regular funcionamento"? Vai a actual administração exigir a reposição dos prémios pagos às anteriores administrações que permitiram que a CP se transformasse numa empresa de trabalho extraordinário num país em que o desemprego é revoltante? Vão os sindicatos exigir a pronta admissão de novos trabalhadores para evitar esta dependência escandalosa do trabalho extraordinário? Alguém vai rever o conceito de trabalho extraordinário (é que, li, só por se apresentarem ao serviço têm direito a prémio de produtividade de 6 euros!) ? Vai alguém fazer alguma coisa ou esperamos pela falência da empresa, precedida de novas greves?

Atónito

Gripe violenta e sequelas subsequentes atordoaram-me de tal forma nos últimos tempos, que hoje, ao ler as notícias que dão maioria ao PS, julguei delirar. Não, não sou eu que deliro, é o país, lá pelos algarves, brasis, repúblicas dominicanas. É o país, cujos infelizes sem direito a ponte fazem greve, indignados com a injustiça de terem de trabalhar enquanto os outros se regalam à chuva na praia -- afinal, com toda a gente de férias, a quem, senão a mim, faz falta o comboio?
Parecia brincadeira de crianças derrotar este PS, que nos conduziu à perda da independência, à bancarrota, num percurso errático e alucinado, sempre destruindo o que jurava defender e não cumprindo nada do prometido. Pois parecia. Mas esquecemos as motivações básicas do povo: pão e circo. Enquanto não faltarem -- e circo como o de Sócrates jamais se viu -- o povo depressa esquece / e tornará a votar PêEsse.

ADENDA: a greve dos maquinistas foi desconvocada. Sugiro atestado médico.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Alarmismo social

Por parte, precisamente, daqueles que deviam ser o garante da estabilidade das instituições. Falo dos militares, que berram desalmadamente apenas porque não receberam no dia (por eles) previsto. Acalmem-se, quando o pagamento faltar será para todos, não apenas para a tropa. E, entretanto, podem aproveitar o dia de jejum para pensar em todos os trabalhadores que têm ou tiveram salários verdadeiramente em atraso. Para reflectir sobre a necessidade que Portugal tem de tantos oficiais superiores em terra, na força aérea, na marinha. Sobre o excesso escandaloso de mordomias. Sobre a possibilidade de pôr à venda os novos brinquedos bélicos como os submarinos, que devem estar como novos, sem uso. Em restringir a participação em missões de paz , só aceitando aquelas cujos beligerantes paguem a conta. Exactamente no dia 20 de cada mês.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Amante Holandesa

Os leitores que me conhecem sabem que não sou dado à lisonja; aqueles que me não conhecem, façam uma pesquisa e apontem-me elogios aos escritores e poetas da moda. 
Pois bem, finalmente consegui comprar uns livros de Rentes de Carvalho, comecei a leitura por A Amante Holandesa, e digo e escrevo: é muito bom. Lê-se de um fôlego, muito bem escrito, técnica primorosa. Obra de mestre.
Há, claro, o risco de o autor pensar que o estou a engraxar, João. Mas olha: estou muito mais interessado no que José Rentes de Carvalho escreve do que naquilo que possa pensar de mim. E o sacana é mesmo bom!

Primavera

O chilrear das andorinhas, sempre azafamadas, o perdigão a chamar o bando, no sábado passado o cantar do cuco. É a Primavera, a tentar alegrar-me no meio das desgraças.
Foto: roubada da Wikipedia, que nunca vi nenhum no campo.

A Europa e eu

Nunca fui europeísta. Não é de agora, quando os nossos "irmãos" alemães nos querem fritar para castigo dos nossos erros, mas de sempre. Discordei dos fundos comunitários entregues a espertalhões que prontamente os converteram em jipes, em apartamentos com vista para o rio, em roupa de marca, europeia, claro, óculos de sol a milhares de contos. E em viagens constantes, ditas de sonho, porque, tentaram-me convencer, estamos neste mundo para passar férias em locais exóticos, longe da vulgaridade nacional. E riam-se de mim, quando lhes cjtava Álvaro Pais: --- Bom Londres é Portugal!
Indignei-me com a propaganda do Clube Europeu da minha escola e, sobretudo, com um autocolante, repugnante do azul à estupidez do slogan "A minha pátria é a Europa"... E então a conversa interminável, que fui obrigado a gramar, sobre a "Europa da Regiões", que opunham à das nações, agoniava-me até ao vómito.
Se simpatias, mesmo escondidas, ainda tivesse pela integração europeia, o julgamento do Tintin no Congo por racismo, oitenta anos depois de ter sido publicado, e qualquer que seja a decisão do tribunal, dissipá-las-ia prontamente. Esta Europa, onde me querem obrigar a viver, cada vez me agrada menos. Até mesmo como vizinha. Venha de lá a Jangada de Pedra.

sábado, 16 de abril de 2011

O melhor escritor

Quem é melhor escritor? Aquele que publica regularmente e vende em barda, é célebre, conhece a glória, ou o pobre diabo que escreve discretamente ao longo da vida e talvez até deixe obra-prima inédita, a publicar a título póstumo?  O autor fácil, o difícil, o popular? Aquele que é fotogénico, bem falante, irreverente, fazedor de escândalos que animam os palcos mediáticos, ou o que foge da luz como o diabo da cruz? Questões ociosas, que escapam a respostas cabais. Porque dependerão sempre da subjectividade de quem responde. E porque ocioso estou eu, por força de gripe e do adiantado da hora, lembrei-me do Barthes:

l'écrivain est un homme qui absorbe radicalement le pourquoi du monde dans un comment écrire.
Traduzo, que já la vai o tempo em que todos os portugueses, excepto os emigrantes, falavam Francês, como disse Herbert Pagani numa entrevista:
o escritor é um homem que absorve radicalmente o porquê do mundo num como escrever
Tudo o resto, sucesso, vendas, prémios, formas, géneros, temas, etc., é secundário. O que importa, para Barthes, para mim, é ser capaz de absorver os dramas da existência, o mistério da vida, e plasmar tudo isso num como escrever, como farão, em suportes diferentes, os pintores, os músicos, os escultores...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Desenquadramento

Os partidos políticos teimam em me deixar sem escolha também nas próximas eleições. Porque, viciados na retórica tola com que nos vêm anestesiando desde o 25 de Abril e na procura do efeito mediático, simplesmente não se conseguem calar, não conseguem impedir os disparates que prontamente jorram da boca dos seus dirigentes mal vêem câmaras de televisão. Haverá nesta atitude, para além do falajar crónico 
("temos de dizer alguma coisa senão morremos estúpidos" -- e só um estúpido fala para não ficar calado)
a convicção enraizada, que faço remontar à oratória barroca, de que com suficiente conversa  e excessiva exposição mediática nós iremos na cantiga. O que, infelizmente, tem acontecido. 
Primeiro foi o PS, obstinadamente estúpido e incompetente, a fazer-me arrepender de lhe ter dado o meu voto há seis anos; agora é o Coelho, que todos os dias me dá fortes razões para nele não votar; o PC, em que votei algumas vezes no tempo de Cunhal, definha tristemente afogado em lugares comuns e falta de ideias -- e como as poderia haver num partido que escorraça quem ousa tê-las? Havia, ainda o Bloco de Esquerda, apesar dos discursos redondos e ocos de Louçã, que gosta tanto da palração que se esquece do conteúdo; mas, há pouco, vi cartaz do Bloco, tão abjecto, tão baixo, tão inflamatório dos sentimentos mais baixos da populaça, que também a possibilidade de nele votar foi prontamente excluída. Tem por slogan
"Para eles a fartura / Para nós a factura"
Será que as pessoas inteligentes do Bloco se não indignam com esta dicotomia bronca entre nós e eles, com esta alusão invejosa e mesquinha à fartura dos outros, com este atribuir simplista da culpa aos outros, porque nós, coitadinhos, nada temos a ver com o que se passou em Portugal desde o 25 de Abril? O que pretendem, afinal, os seus dirigentes? Uma Patuleia? Cuidado, porque o eleitorado do Bloco está bem mais do lado da fartura do que da factura!
Enfim, como os resultados das próximas eleições serão irrelevantes para a governação, ter em quem votar é mais uma questão desportiva do que política...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Default já!

Quase nada percebo de finanças. Apenas o suficiente para saber que é impossível continuar a mendigar empréstimos a juros altíssimos para pagar outros empréstimos e os encargos absurdos do Estado. Uma coisa são os serviços prestados aos cidadãos, na saúde, na educação, na justiça, nos transportes públicos, etc. (e podem todos eles ser seguramente embaratecidos e com aumento de qualidade), outra é o esbanjamento e a pouca vergonha a que assistimos numa política de dois pesos e de duas medidas que premeia o compadrio, a corrupção, as obras megalómanas e inúteis, mas persegue impiedosamente a classe média baixa, que não tem como fugir aos cortes e aos impostos. Por isso, e consciente da minha insignificância e ignorância, tenho defendido junto das escassas dezenas de leitores deste blogue, na sua maior parte familiares e amigos, uma mudança de rumo. Tenho perfeita consciência de que serei um dos sacrificados; mas já estou habituado e talvez consiga sobreviver também a esta crise. Sei bem que há muita gente, muito mais qualificada, que se lesse as minhas propostas as ridicularizaria -- mas foram muitos desses técnicos tão competentes que nos conduziram à situação actual, não eu e as minhas ideias.Ora apraz-me verificar que começam a surgir posts que defendem exactamente a necessidade de mudar de rumo, assumindo uma situação de default (suponho que seja bancarrota encapotada). Como este, de Ricardo Vicente, no Albergue Espanhol. Leiam-no e digam-me se a argumentação do autor não faz sentido. Porque  a manutenção do actual statu quo já não tem pernas (ou euros) para se aguentar.

Terei visto bem?

O FMI e etc. a apanhar táxi no aeroporto. A representação do PSD a chegar para encontro com o governo em brutos carrões... Pode ser manipulação de imagens por parte da televisão. Pode ser do meu queratocone. Ou pode ser apenas mais uma evidência das caganças nacionais. Puede y no puede, como cantava Neruda.

Gente importante

Gente importante não limpa o cu a nenhum telho (o dito é anterior ao papel higiénico, mas continua apropriado). Gente importante fala na primeira pessoa: eu fiz a revolução ou eu não fazia hoje a revolução. Gente importante só aceita ser presidente. Gente importante julga-se importante. Só não sabe, porque, lá diz o Principezinho, para os vaidosos todos os homens são admiradores,  que nós, as enguias deste país, nos cagamos para eles e para a sua prosápia. Que, na nossa incultura, na nossa ingratidão, até citamos Napoleão, o tal que dizia a Talleirand: "Vous n'êtes que de la merde dans un bas de soie." Isso mesmo: merda numa meia de seda, mesmo que hoje se não usem meias de seda, como se não usam os telhos para limpar a merda que lhes sai das bocas, quando as abrem. (Ah, se ainda servisse para adubar os nossos campos incultos...)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Viva a Islândia!

Não gastem conversa com Sócrates, Coelho, esquerda e direita. Tudo isso é passado. Aos políticos portugueses está doravante reservada unicamente a função de "actores". Isso mesmo: não "agentes", mas profissionais da representação. E a nós, portugueses, espera-nos a difícil labutação pela sobrevivência. Como os nossos antepassados. Como o nosso povo. Como as enguias. Embora pense que amolecemos demasiado nos últimos 35 anos e, desprovidos da fibra dos homens de antanho, já não sejamos capazes de preferir o lume vivo da independência e da dignidade ao azeite fervente da frigideira da subsidio-servo-dependência.
Enterradas no lodo, bem longe do claro céu, mourejam as enguias, sempre desconfiadas das luzes que fascinam as borboletas ingénuas. Repelentes, de hábitos repugnantes, sobrevivem onde o peixe graúdo, que delas se alimenta, desdenharia viver – mas não se pense que, modestas, discretas, ao menos vivem em paz; não: desde pequeninas que as perseguem impiedosamente. (...) As que logram sobreviver, adoptam rudes modos de vida, ou eu ou eles, e todos fechamos os olhos e só nos indignamos quando as suas histórias sobem fétidas do lodo e borbulham chocantes à superfície dos brandos costumes: “Que horror! Más como as cobras!”
Ei-las, evisceradas, palpitantes, contorcendo-se na frigideira, em fuga do azeite fervente, ei-las que caem no lume vivo, nos seus cérebros atrofiados por trevas milenares uma única vontade, a de sobreviver, uma única ânsia, o Mar dos Sargaços da Redenção deste viver ignóbil...
Como as compreendo, como lhes invejo essa força, essa vontade de lutar desesperadamente, inutilmente, indiferentes à crua realidade, perdida já a esperança do regresso à bonança de um qualquer mar… Ah, antes o inferno da escolha entre frigideira e lume. Antes escamados, esventrados, que resignados…
Há um país da Europa que declarou bancarrota; cujos contribuintes recusam pagar os prejuízos dos bancos e em referendo recusaram indemnizar os investidores (ou especuladores) ingleses e holandeses... Eles sobrevivem, escamados, esventrados, mas livres. VIVA A ISLÂNDIA!

domingo, 10 de abril de 2011

Dívida pública

Um credor furioso perseguiu caloteiro até aos sanitários públicos e ocupou o urinol mesmo a seu lado.
-- Olha lá, pá, quando é que me pagas o que me deves?
E o pobre caloteiro, intimidado, enquanto dava as três sacudidelas da praxe: -- Não sei, pá, isto está mau! Vamos a ver se a coisa se endireita... Olha, se endireitar, o primeiro buraco a tapar é o teu!
(Dedicada à Alemanha, à Finlândia, à França, à Inglaterra, a todos os outros países-fêmea desta Europa credora e  ingrata, em nome do velho Portugal, cuja res publica já não promete endireitar-se.)

sábado, 9 de abril de 2011

Rituais dos pequenos vampiros

Salto de canal em canal, sempre perseguido pelo congresso triunfal do PS (Partido Sócrates). Como é possível tanto descaramento? Não tenho dúvidas de que poderia ter sido outro o partido a conduzir-nos nos últimos seis anos para o abismo  em que, segundo o ministro Luís Amado, Portugal caiu. Mas não foi. Foi Sócrates que nos atirou para lá. E revolta-me-me ouvir os finlandeses e outros que tais a discutirem se nos vão ajudar e em que moldes. E envergonha-me ouvir Cavaco Silva (abençoada decisão de não votar nas últimas presidenciais!), esse presidente pobre e indesejável na Europa dos (novos) ricos, a pedir imaginação nas ajudas comunitárias. Será que nunca lhe disseram que a homem sem dinheiro até os cães lhe mijam nas pernas?

(Título roubado a um conto de Cardoso Pires.)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para ler e reflectir

Este post de Luís Naves, o autor de Territórios de Caça, sobre as vicissitudes que afectam os autores nacionais e a produção literária caseira.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Outros tempos


Time it was, and what a time it was, it was
A time of innocence, a time of confidences
Long ago, it must be, I have a photograph
Preserve your memories, they're all that's left you


Simon & Garfunkel, Bookend

Algures no céu

Numa destas noites, o Afonso perscrutou demoradamente o firmamento. Depois, desconsolado, desabafou: -- Não consigo ver o avô Eduardo no céu!