Sem esperança de emprego, os portugueses emigram, repetindo tendência secular deste país saturnino, que só não devora os seus filhos quando, antes, eles o abandonam.
Neste contexto depressivo, não deixa de ser estranha a vinda de um jovem que abandona a rica Holanda para cá procurar trabalho -- que lá nunca lhe faltou, desde os 15 ou 16 anos em acumulação com os estudos, depois em full time.
É o Jeroen (pronuncia-se Irún), meu sobrinho, e, já aqui o escrevi, o mais português dos holandeses -- ou, como ele então respondeu, o mais holandês dos portugueses.
Admiro-lhe a coragem de tentar concretizar o sonho antigo de viver em Portugal, em contracorrente com a maré de desânimo que nos paralisa. E conhecendo-o bem, conhecendo as suas capacidades, não duvido de que consiga. Aposto que antes do final do ano terá trabalho, decidido que vem a aceitar o que aparecer, até dominar o português.
Desta epopeia, do seu sucesso improvável, ou do seu fracasso certo, aqui darei notícia.
Para, espero, proveito e exemplo.
Sem comentários:
Enviar um comentário