Vou deitando a mão a livros que, na estante, esperam há muito por leitura. Pouca é a paciência, poucos aqueles que sobrevivem ao teste da leitura do primeiro parágrafo.
Le grand cahier, de Agota Kristof (1991), passou no teste. Com uma escrita denotativa, seca, organizado em capítulos titulados de 2 ou 3 páginas, traz até mim o horror de dois irmãos cuja mãe, sem comida na Grande Cidade, deposita em casa da avó, na Pequena Cidade. Num tempo e espaço indefinidos, mas situados no séc. XX, algures na Europa Central, as crianças vão endurecer os corpos e os espíritos para que coisas como amar ou matar lhes não sejam penosas. Obra dura, cruel. Que me deixou com a sensação de que terá influenciado, no estilo e na temática, obras nacionais muito badaladas.
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