Já aqui o escrevi: a escrita de um romance canibaliza-me, devora tudo o que tenho, obceca-me quase por inteiro, esvazia-me, esgota-me as ideias, faz-me duvidar seriamente das minhas capacidades e, sobretudo, da de voltar a escrever. Desta vez, a paragem foi mais longa do que o habitual: terminei o romance em finais de Dezembro e só hoje voltei à ficção, com um microconto que aqui publicarei logo que suficientemente aplainado. Já o romance concluído não verá tão cedo a luz do dia: primeiro, precisará de conhecer a derrota nos raros concursos e prémios literários a que posso concorrer.
2 comentários:
Não se martirize. E não parta para a guerra vencido de antemão. Muito do que se publica, simplesmente, não presta. Transformaram a litertura num verdadeiro negócio e o mecanismo da publicação numa espécie de casino...Perdem os anónimos. Ganham os que já são da casa. A título de exemplo, veja-se, a alguém interessa a biografia da Rita Ferro? Todavia, publicado. Jão não se escreve como antigamente, já nem sequer há estilistas. O último grande foi Aquilino.
Ah, o Aquino! Que tão achincalhado foi recentemente por ser republicano e revolucionário, sem que, na maior parte das vezes, falassem da sua obra. E se o referiam, era para o diminuírem, chamando-lhe escritor regionalista.
O Malhadinhas e o Romance da Raposa estão entre os meus favoritos.
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