Enquanto compro o pão no café da aldeia conto à dona como, era eu pouco mais velho do que o filho, fui enganado pela primeira vez: vivíamos em Chaqueda e um cliente levou o pão sem pagar. E acrescentei, enquanto pagava com moeda de dois euros: -- De então para cá. não têm conto as vezes em que me enganaram!
Ela volta atrás, sorridente: -- Por falar em enganar, esta moeda é falsa!
Tiro os óculos para a examinar. De facto, é diferente. Pago com nota e saio perturbado. Não fabrico moeda falsa, alguém ma deu -- no Entroncamento, pois tinha acabado de chegar à aldeia. Como poucos pagamentos faço em dinheiro, depressa sei quem. Só não sei se passou de boa fé a moeda falsa, ao dar-me três euros de troco, se aproveitou a minha confiança para me enganar, livrando-se de prejuízo e da vergonha de ter sido ludibriado.
Uma coisa é certa: esse comerciante, em quem confiava, a quem dava a minha amizade, perdeu um cliente de longa data. Porque me parece pouco provável que ao arrumá-la e ao retirá-la depois da caixa registadora não tivesse desconfiado dessa moeda que até tem toque diferente -- explicou-me depois a dona do café.
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