O cidadão tem o direito de votar, mas não parece ter o de se pronunciar sobre a governação, uma vez que não é especialista nas suas diversas áreas. Se escreve, como eu faço neste blogue, reconhecendo humildemente que não sou autoridade na matéria, mas exercendo o meu direito de ter opinião e de a divulgar, eis que me tentam rebaixar, forçar ao silêncio, coisa de "planta batatas e cala-te." Como se os disparates fossem privilégio exclusivo daqueles que nos meteram no lodaçal em que nos encontramos, dos seus amigos, comparsas e apaniguados.
Desiludam-se: não peço a ninguém que me leia; não peço a ninguém licença para escrever, nem o faço para agradar a pessoas ou a partidos; apesar das minhas contradições, erros e, assumo-o, ignorância, escrevo seguindo os ditames da minha consciência, não em busca de favores, de promoção social, mas apenas porque quero. E imodestamente faço meus estes versos de Camões:
Mas eu que falo, humilde, baxo e rudo,
De vós não conhecido nem sonhado?
Da boca dos pequenos sei, contudo,
Que o louvor sai às vezes acabado.
Não me falta na vida honesto estudo,
Com longa experiência misturado,
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