Tudo começou uns dez anos atrás, creio que no Átrio Saldanha, em dia de chuva como o de hoje. Uma menina dava cartões de crédito. Tentei escusar-me: não uso, não preciso, não quero. Mas nunca usou? Sim, apenas para compras via internet, uns livros da Amazon... E quanto paga pelo seu cartão? Bom, eu tinha de fazer tempo, dei conversa, acabei com um cartão de crédito "gratuito". Que entretanto caducou. Se porventura me enviaram substituto, não sei. O que sei é que nunca o activei nem utilizei. Não tenho, portanto, nenhum cartão de crédito desse banco..
Pois hoje, tomava banho nos balneários do ginásio após o meu treino individual, e toca o telemóvel. Número desconhecido. Senhor José Catarino, como está, tem passado bem? Era de um banco estrangeiro. Resmungo: importa-se de se despachar? Estou nu, molhado, tenho mais que fazer. É má ocasião para falar de negócios, pode ligar-me mais tarde? Não podia ser. E, finalmente, desembucha: como não paguei os dezassete (17) cêntimos da anuidade, tenho uma conta de trinta e cinco euros e quarenta e cinco cêntimos em dívida...
Tenho mau feitio. Só não mandei a menina apanhar bolota.
Previnem-me: tens toda a razão, não imaginas quantas pessoas foram já vítimas desse conto do vigário, mas se não pagas ficas com o nome na lista vermelha do Banco de Portugal. E, entretanto, a dívida vai aumentando vertiginosamente.
Preso pelos tomates, paguei dívida que não reconheço (35,45). Dentro de momentos (porque é preciso pagar primeiro para poder anular) vou cancelar todo e qualquer negócio, real ou virtual, presente ou futuro com esse "banco". Comem-me por parvo, mas não me comerão mais por parvo. Da primeira, ninguém se livra. Na segunda, só cai quem quer.
2 comentários:
Algo estranho se passou. Se NUNCA ACTIVASTE O CARTÃO e, por consequência, NUNCA O USASTE, a que propósito vem a anuidade?
Boa pergunta. Vem da conta de 17 cêntimos, a que apaguei o nome do banco e a referência multibanco para evitar que, ainda por cima, me processem. Que me chegou depois de ter dado uma volta às autorizações de débito directo na CGD e ter cancelado aquelas que me pareceu não se justificarem.
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