O regime sírio não é cordeiro, antes lobo feroz. Mas a intervenção armada que se avizinha não se move pelo desejo nobre de proteger e livrar o povo sírio da tirania, antes por interesses vis, como os próprios dirigentes americanos despudoramente agora confessam, ao verem desmentidas as suas acusações de que havia sido o governo sírio a usar armas químicas.
A Casa Branca disse na última noite que os EUA vão "continuar a consultar o governo do Reino Unido – um dos nossos amigos e aliados mais próximos" e a decisão de avançar ou não "será norteada pelos interesses americanos".(no Público, negrito meu).
A mudança de argumentos, que aqui previ, assemelha-se em tudo à argumentação do lobo que na fábula de La Fontaine procura convencer o cordeirito de que tem motivos para o punir -- como Hollande. E quando as razões se esgotam, fazem como o lobo, que sem mais pretextos para comer o cordeiro, prontamente o matou e devorou, pois, ensina a fábula, a razão do mais forte é sempre a melhor ("La raison du plus fort est toujours la meilleure").
Como agora. Resta saber se americanos ainda são os mais fortes.
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