Éramos novos, acreditávamos, procurávamos. Não apenas um homem -- então como hoje, uma raridade -- mas a humanidade. E a verdade, a beleza, a justiça. De dia, como Diógenes, mas também na negrura da noite, impenetrável, misteriosa, sedutora -- irresistível.
Irrelevante o que achámos. Como a certeza de que as verdades que nos moviam residiam no ferrão peçonhento de um lacrau. Que a justiça, mais retórica, menos retórica, continua a ser a lei do mais forte. Que a própria beleza é passageira...
Mas descobrimos também, como os jovens das gerações que nos precederam, que é a procura que anima a vida, lhe dá sentido, e nos diferencia dos restantes animais, não humanos e humanos. Que a beleza está em ajeitar o caminho que inevitavelmente teremos de percorrer.
FOTO: o Henrique, anos 70. Acampados na Serra da Estrela, na neve, com frio que nos trespassava. Éramos assim.
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