Na cervejaria, apenas um cliente. Acabrunhado, meditativo, nem reagiu à entrada dos forcados. E o cabo, tonitruante: -- Uma rodada para todos, paga esse senhor aí.
-- Eu?
-- Sim, você. O que está a beber?
-- Leite...
Risada geral. -- Pois agora vai beber cerveja connosco.
-- Desculpe, mas não posso beber álcool...
-- O quê? E pode beber essas coisas de maricas? Beba-me já essa cerveja, como um homem.
O homenzinho emborcou a caneca, pagou a rodada e saiu. Pouco depois voltou, ainda os forcados galhofavam da partida pregada ao menino copo de leite. E ele, sem rodeios: -- Uma rodada, paga este senhor. Mas só copos de leite.
Os forcados olharam para o cabo, os sorrisos algo amarelados, à espera de ordens. E elas prontamente chegaram: -- Bebam, mandou, o cano negro da pistola encostado à têmpora.
Despejados os copos, sem mais palavras, o homenzinho foi-se. Em jeito de desculpa, o cabo explicou-se: -- Vi-lhe a Morte nos olhos...
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