Ténues, talvez ainda não pelas melhores razões, mas significativos:
Estou em crer que assistiremos a progressiva deslocalização de fábricas e empresas do Oriente para o Ocidente. Por enquanto, os sinais são pouco claros, contraditórios. Mas a recente greve dos operários da LG chinesa, exigindo e conseguindo equivalência remuneratória aos seus camaradas de fábricas fora da China, parece-me sintomático: eles começam a abrir os olhos, cansados das penosas condições de trabalho e salários de miséria; nós, com o desemprego galopante, sobretudo entre os mais jovens, deixamos de poder importar os seus produtos -- algo está a mudar, muito terá de mudar, lá e cá. Por exemplo, ouvi não há muito a um empresário português do móvel contar que aumentou a produção, tem os salários em dia e distribui gratificações: passado o boom da importação chinesa de bens fabricados em massa a baixo custo, e com a crise europeia, deixou de ser interessante adquirir mobiliário em grande escala do Oriente, e surgiu um nicho no mercado que este empresário aproveitou inteligentemente, exportando a quase totalidade da sua produção.
Por enquanto, são casos pontuais. Fica-me a esperança de que se generalizem. Afinal, não há solução para a Europa se não mudar de rumo.
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