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terça-feira, 20 de junho de 2017

O povo

Há o povo que deita foguetes em alvorada de festa, indiferente ao risco de incêndio e sem respeito pelas vítimas dessa noite.
Há o povo que com fingido pesar  faz antes de cada noite de festas da cidade hipócrita minuto de silêncio. 
Mas há também o povo que luta em desespero, com fraca ou nenhuma ajuda oficial, pelo menos nos momentos críticos, mas com uma coragem que me comove. 

Como a moça que no sábado por volta da meia noite saiu de Lisboa, onde vive, rumo à aldeia natal, para acudir  a pais e avós cercados pelos fogos. Conseguiu chegar, passando por estradas em chamas, com cadáveres ainda a arder nas bermas, num percurso inverso ao daqueles que morreram na fuga.
Lá continua, e disponibilizou o número  de telefone para ajudar a encontrar desaparecidos, conforme post da Sofia Cipriano:
"A minha amiga Teresa é de Pedrogão Grande e esta lá a ajudar no que pode. Ela pediu para avisar: Se souberem de alguém à procura de pessoas desaparecidas, digam para ligarem de imediato para o seguinte contacto: 236488060. Obrigada"

O povo é o mesmo, as pessoas é que não.

domingo, 18 de junho de 2017

Vergonha!

Ainda um destes domingos, um vizinho que muito considero me deu descompostura por ir regar, em manifesto desrespeito pelo dia santo e por aqueles que nele acreditam.
Hoje, já com as notícias da tragédia da noite amplamente divulgadas, na aldeia vizinha, Alpedriz,  anunciam a festa da terra com prolongada salva de foguetes.
O respeito que se defende abrange os dias santos, mas não os pinhais nem os mortos.
Povo estranho.