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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Da tolice humana

Diz o um amigo: pior que tomarem-nos por tolos é demonstrarem-nos que somos tolos. Discordo, apesar de, à primeira vista, a sua proposição parecer inegável. É que por "demonstrar" entendo "tornar evidente através de provas concretas" e não através de recursos retóricos mais ou menos falaciosos. Um tolo -- " aquele que não tem inteligência ou juízo" -- não aprecia, porque não entende, demonstrações, que, quando muito, confunde com argumentações de retórica, como na historieta seguinte, contada à minha maneira.
Um iluminista francês, creio que Voltaire, fazia sucesso nos salões da alta aristocracia russa com os seus argumentos e provas de que Deus não existe. Ora numa dessas festas, quando deslumbrava damas com a sua oratória, falam-lhe de um matemático que tinha descoberto uma fórmula que provava a existência de Deus.
Ainda Voltaire, que pouco sabia de matemática, abria a boca de espanto, e entra homem vestido de camponês, aspecto de monge louco de filme de Eisenstein, que lhe dispara à queima-roupa intrincada fórmula matemática, culminando com imperioso -- Répondez!
Como, se não tinha entendido patavina? O filósofo saiu ridicularizado do salão, fugiu para França apressadamente, tão envergonhado que ponderou o suicídio.
Tolice e vaidade andam frequentemente de braço dado...

sábado, 17 de outubro de 2015

Uma velha foto

Encontrei esta foto, cuja existência desconhecia. Na Escola Técnica de Alcobaça, aí por 1966 ou, mais provavelmente, 1967. Nela, eu e os meus colegas de Ciclo Preparatório e 1º ano de Formação de Serralheiros. Da esquerda para a direita, eu, o João Salgueiro, com quem andei à porrada numa briga épica que me deixou os olhos negros, e hoje é, creio eu, o presidente da Câmara de Porto de Mós, o Isaac, não me recordo do nome do de camisola branca, o Aurélio, que comovia as professoras com poemas inspirados " nevava e eu rotinho, todo nu...", e o Couto, o melhor aluno da turma. Nunca mais os vi, excepto o João Salgueiro na tropa e depois nos cartazes das campanhas eleitorais.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Ménage à trois

Num livro da minha escola primária havia a história de um barqueiro que tinha de transportar para a outra margem do rio um lobo, um carneiro e uma couve.
Se os levasse juntos, haveria desordem a bordo; e não podia deixar em terra o lobo e o carneiro, nem o carneiro e a couve.
Se a memória me não atraiçoa, transportou primeiro o lobo e a couve, voltou atrás tranquilo, que lobo não come couve, pegou o carneiro e pôde deixar no destino todos os passageiros incólumes.
Como fará António Costa, admitindo que se mete à água e não quer meter água?

domingo, 4 de outubro de 2015

Fornada de pão

A levedar no alguidar


Já tendido

Pronto a comer

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Acta desatada

Ontem, pela hora de almoço, encontraram-se na casa da Cristina e do BartolomeuD'Asp José, aliás Frederico, sita num monte de Arruda dos Vinhos, o João J. A. Madeira e este escriba, a quem coube, por força do muito que comeu, bebeu e falou, o registo das ocorrências.
Iniciado o evento com as entradas e vinho licoroso, logo a conversa se espraiou como o olhar pelos montes ermos das redondezas, aqui e ali salpicados de vinhedos e pequenos bosques. Muito se falou, dos amigos que faltaram, o António Luiz Pacheco a mourejar em Angola, o António Breda certamente já com aulas, até de políticos, mas não de política, nas histórias do Bartolomeu, que trabalhou 24 anos na Presidência da República, onde conheceu três presidentes.
Ao almoço, paelha, vinho branco, conversa sempre entusiasmada, depois, estirados em cadeiras de lona, conhaque, o João com o seu cachimbo, a conversa prosseguiu animada, até que, já acompanhados pelo Francisco, o neto já acordado da sua sesta, breve passeio pela propriedade, visita ao sótão onde o Bartolomeu tem oficina de bricolage e biblioteca, e o neto brinca com velhas pistas eléctricas de comboios.
Eram quase oito horas, anoitecia, e ainda conversávamos entusiasmados no parque de estacionamento de hipermercado onde tinha deixado o carro. De livros, nossos e dos amigos ausentes, o Perguntem a Sarah Gross, que me está a surpreender muito agradavelmente, da Cristina Torrão, do Pedro Sande, do conto premiado da Carla Pais...
E não havendo tempo para mais, deu-se por encerrado o encontro, do qual lavrei esta espécie de acta, a qual, nem lida nem aprovada, é aqui publicada.