As tendências da moda na condução para esta época obedecem ao estilo négligé (ou ‘desleixé’) e são inspiradas no mau tempo que se tem feito sentir, com dias escuros, chuvosos, de visibilidade reduzida, e também em preocupações ecológicas
Por isso, a moda é conduzir com as luzes apagadas, mesmo que o dia se tenha feito noite; alguns levam a moda tão a peito que nem na noite mais escura acendem as luzes. Poupa as lâmpadas, poupa energia, e, o mais importante, segue os ditames da moda. Alguns, ainda indecisos, optaram por apenas ter luzes de um dos lados da viatura, o que tem a vantagem de permitir uma dupla interpretação: uns, observando o lado escuro do carro, deduzirão que é de fiel seguidor da moda desta estação; outros, pensarão que se trata de uma mota, já que os motociclistas, velhos jarretas que desprezam modas, teimam em circular, de dia ou de noite, com as luzes todas acesas.
Outra tendência da moda deste ano deriva da anterior: jamais sinalizar a mudança de faixa ou de direcção: Era o que me faltava ter de dizer aos outros para onde vou! Viro para onde quero, quando quero, não admito que restrinjam a minha liberdade, para que é que se fez o 25 de Abril?
Tenho observado ainda outra tendência, mas não sei se vingará, por me parecer demasiado infantil: sobretudo na autoestrada, há aqueles condutores que, imaginando-se talvez a competir na Fórmula 1, se colam ao pára-choques do carro da frente para aproveitar o efeito de sucção e de repente, zás! guinam bruscamente à esquerda e ultrapassam ã falsa fé.
E agora que todos conhecem a moda da estação, vamos lá a respeitá-la: NUNCA acender as luzes, NUNCA sinalizar as mudanças de direcção, e SEMPRE pregar cagaços aos outros condutores, que isto de andar na estrada não precisa de ser enfadonho!