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segunda-feira, 9 de julho de 2007

A vida é uma festa (1)

"Em que mundo é que vives?", perguntam-me frequentemente quando manifesto surpresa por alguma novidade que só eu desconhecia.

Foi o que se passou ao saber que, hoje em dia, nos casamentos, há animadores contratados para entreterem as crianças. É a perfeição: os pais comem, convivem, divertem-se sem que crianças enfadadas os aborreçam, berrando, fazendo birras, pedindo para regressarem a casa, adormecendo... E os animadores ganham a vida, coisa que não está nada fácil e faz falta a todos nós.

Já sabia da existência em praias de locais onde as crianças podem ser largadas, libertando os pais para as exigentes tarefas do lazer; e haverá certamente locais semelhantes em centros comerciais e afins onde adultos num lado, filhos noutro, fruam ambos dos momentos de lazer.

Porém, ocorreu-me -- mas certamente só a mim ocorrem disparates antiquados como este -- que se durante os dias de trabalho pais e crianças mal se vêem, eles lutando pelo pão-nosso-de-cada-dia, elas encerradas em escolas e infantários, e se nos momentos de ócio se separam para cada qual se divertir a seu contento e com seu igual, quando é que convivem e brincam com os progenitores? Quem os educa? Quando e com quem brigam, como pertence e faz falta para a formação dos jovens?

Só me ocorre uma possibilidade: é nas aulas, com os professores, quando, por momentos, a vida deixa de ser uma festa...

JCC

1 comentário:

Anónimo disse...

Como está o Sr Professor?
O meu nome é Catarina e fui sua aluna no 11ºano na Escola Secundária do Entroncamento, há cerca de 16 anos.
Hoje tenho 33 anos, duas filhas e apesar de um curso de Economia, o português e a recordação do professor que me fez amar a literatura e a minha língua, acompanharam-me desde então.
A vida deu-me a oportunidade de me cruzar no seu caminho, que apesar de em apenas duas horas por semana, me ensinou a gostar dos Maias, das Viagens na Minha Terra e do efeito contemplativo que ainda hoje me ajuda a ver o mundo, a vida e as pessoas com outros olhos, com a alma e com o coração.
Ensinou-me a ler e sobretudo a gostar de o fazer. Com isto mudou a minha vida para sempre. Se isto é o papel do Educador, então cumpriu-o na perfeição.
Continuo a amar os Maias e todos os outros que entretanto tive oportunidade de ler e lamento que no nosso país a única literatura que vende é a light, com a Margarida Rebelo qualquer coisa a bater records de venda. Lamento sobretudo que as gerações futuras não tenham o bom-senso para perceber que abrir um livro é um acto de inteligência, de liberdade e de capacidade de sonhar.

Nota: As aulas de português eram para mim uma festa...

Muitas felicidades
Catarina Faísca