Verão quente (3)
Estão a ver o boné da foto do Salgueiro Maia? É um quico. Fazia parte da farda de de trabalho, a n.3, se a memória me não falha. Sem valor especial, ao contrário, por exemplo, das botas de trabalho.
Pois no Verão de 1975 estava eu destacado num dos quartéis de Santa Margarida e entrei no bar dos sargentos para um café.
Sempre distraído, paguei, peguei o boné de cima do balcão, e saía quando um primeiro sargento me detém, puxando-me pelo braço. Rudemente.
-- Nosso furriel, esse quico é meu!
Olho-o espantado. Levo a mão à cabeça -- descoberta. Nego.
E ele, malcriadão: -- Vá-se f..., o seu está aí! -- e apontou para a presilha das minhas divisas de segundo furriel.
Pois estava! Tinha-o lá prendido ao entrar no bar.
Nem me tentei desculpar. Apressei-me a sair, a evitar os remoques do sargento-chico, a arengar contra o chico-esperto que lhe queria roubar o quico, ah, mas ele tinha-os bem abertos, não era qualquer furriel maçarico que lhe passava a perna!
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