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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Uma vila do interior

Ontem estive em Mora, outra vila envelhecida, despovoada. Ao almoço, excelente, na Tasca do Gigante, o proprietário, ao pé de mim um gigante, conta-nos isso mesmo: por aqui, ou se trabalha por conta própria, ou para a Câmara... De resto, não há nada! Nem empresas que dinamizem a economia local, nem empregos que fixem os jovens!
Mora merece visita: além da Tasca do Gigante, tem o Museu do Megalítico e o Fluviário. E, certamente, outros pontos de interesse, que não conheço. Mas isto não chega para fixar as gentes, para atrair a juventude.

Anos atrás, em Meda, outro jovem fez-me idêntico desabafo. Nada, fora do escasso turismo, dos serviços camarários. Podia multiplicar os exemplos, que gosto de percorrer o interior e ouvir as gentes. 
Fora das cidades, o país definha, agoniza moribundo.
Em 93, incomodado pelo abandono do interior, escrevi:
 Pelas auto-estradas que conduzem aos centros comerciais
telemóveis saúdam as novas catedrais
(Por aí fora, o abandono
Matas queimadas, hortas perdidas
peixes lançados ao mar
fábricas fechadas, reformas antecipadas
país de alheio dono
Desespero do desemprego, aldeias abandonadas
oh subsídio-servo-dependência!)”

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