Por várias vezes me referi ao sofrimento que a escrita provoca, repetindo, aliás, o que autores de todos os tempos vêm dizendo: é um suplício corrigir incessantemente, procurar que as histórias caiam com queda, caso e cadência, que as palavras adequadas ocorram pela ordem mais conveniente, perder-me durante tempos e tempos em becos sem saída que, antes, pareciam avenidas grandiosas...
Há, no entanto, um sofrimento a que nunca aludi: aquele que resulta da necessidade de escrever sobre matérias desagradáveis, pela simples razão de precisar delas lá. Foi o caso, por exemplo, das cenas de violência conjugal em Do lacrau e da sua picada ou do capítulo IX. Sol de Inverno, em Entre Cós e Alpedriz. Neste último caso, um velho, paralisado por uma trombose, vive a sua agonia... É muito duro colocar-me na pele destas personagens, sofrendo com elas, desesperando como elas -- a narrativa exige-o, mas eu resisto, protelando enquanto posso a escrita destas passagens. (Embora, depois de concluídas, não raro me orgulhe do resultado conseguido, com a sensação de ter dito o que queria, da forma como queria.)
Pois é, "quem quiser passar além do Bojador, tem de passar além da dor..."
Há, no entanto, um sofrimento a que nunca aludi: aquele que resulta da necessidade de escrever sobre matérias desagradáveis, pela simples razão de precisar delas lá. Foi o caso, por exemplo, das cenas de violência conjugal em Do lacrau e da sua picada ou do capítulo IX. Sol de Inverno, em Entre Cós e Alpedriz. Neste último caso, um velho, paralisado por uma trombose, vive a sua agonia... É muito duro colocar-me na pele destas personagens, sofrendo com elas, desesperando como elas -- a narrativa exige-o, mas eu resisto, protelando enquanto posso a escrita destas passagens. (Embora, depois de concluídas, não raro me orgulhe do resultado conseguido, com a sensação de ter dito o que queria, da forma como queria.)
Pois é, "quem quiser passar além do Bojador, tem de passar além da dor..."
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