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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Demitido


Conforme há muito previa, fui demitido das funções de coordenador de departamento para que tinha sido eleito pelos meus pares pelo (ainda não empossado) director executivo da minha escola. Não: não é uma questão de currículo, mas sim de projecto, explicou-me simpaticamente - não precisava de o fazer - o meu amigo e futuro director, a quem desejo sinceramente, bem como à sua equipa, todo o sucesso nas suas novas funções.
Respiro de alívio com a substituição, que me liberta de um cargo que as mudanças políticas dos últimos anos tornaram fardo pesado e desagradável, enquanto recordo, para satisfação do meu ego sempre pretensioso, que nunca perdi uma eleição para cargos a que me tivesse candidatado - e foram muitas, muitas mesmo, ao longo de trinta e três anos de carreira docente, feitos exactamente no dia em que, pela primeira vez na vida, fui demitido...

(foto: início dos anos 80, menino e moço...)

2 comentários:

Sofia disse...

À parte da demissão, que só te vai fazer bem à tensão arterial, parabéns pelos 33 anos. Apesar de nunca ter sido aluna do stôr Cipriano (o do karaté!) aprendi ainda algumas coisas de Português, mais do que com qualquer outro professor que tive. Ainda me lembro do ralhete que levei quando estava a estudar apontamentos sobre um autor em vez de o estar a ler... O meu estudo passou então a ser apenas a leitura das obras e as conversas com o meu pai sobre os livros, os autores, a literatura, a poesia. Isso sim ensinou-me alguma coisa. Espero que com a demissão possas ter mais uma turma ou duas. Toda a gente devia ter um bom professor na vida, para adorar ou odiar. Parabéns.

JCC disse...

Olá. Não, não vou ter mais turmas, o cargo não dava (e não dá) qualquer redução da componente lectiva. Bons professores: tive o privilégio de ter sido aluno de muitos; não é por acaso que Do lacrau e da sua picada é dedicado a duas das professoras que mais me marcaram: Margarida Martins d'Aires Filipe, na escola primária, e Margarida de Carvalho, na Escola Industrial e Comercial de Leiria. Foram tantos, uns hoje famosos, como Lindley Cintra, outros quase ignorados, como Lucília Pires, que uma lista seria demasiado longa e, seguramente, injusta para com aqueles de que me não lembrasse.
Não são professores desses que interessam ao sistema de ensino actual, pelo que de futuro poucos alunos se poderão orgulhar dos mestres que tiveram - não estarão para os ouvir, quanto mais para lhes aprender os nomes!
Obrigado pelo comentário.