Lembram-se das velhinhas funções da linguagem, de Roman Jacobson? Nunca lhes achei grande piada, nem utilidade para o estudo do texto. Mas em determinada altura tornaram-se quase obrigatórias em tudo o que era formação, pelo que ainda se devem recordar.
Uma das mais interessantes é a função fática, em que o emissor procura a todo o custo manter o contacto com o seu receptor, e o exemplo dado era, invariavelmente, uma dessas conversas telefónicas em que se fala sem dizer nada. Fosse hoje, e o exemplo seria o Facebook. De tal forma, que frequentemente desisto da sua leitura logo às primeiras mensagens, pelo que muito provavelmente perco outras mais interessantes, mas que não surgem imediatamente.
Permitam-me o conselho, perdoem-me a arrogância de o dar: não basta atirar o barro à parede; é preciso alisá-lo, poli-lo, pintá-lo para que o resultado final mereça rápida olhadela nestes tempos de excesso de materiais audiovisuais. Mais: fujam do trivial, dêem-me algo de novo, uma foto interessante, pelo enquadramento ou pelo assunto, uma frase original, uma rima, uma ideia arrevesada. Porque o mais é déjà vu, banalidades, fofuras e gostosuras.
Ah, os meus "gosto" são sinceros, pouco se me dá se alguém ficar ofendido por não retribuir a fineza. Nunca pertenci à Sociedade do Elogio Mútuo.
Sem comentários:
Enviar um comentário