Era demasiado pequeno, franzino, sem jeito para nada. E, então, não faltavam mimos, que o bullying e os traumas de infância ainda não haviam sido inventados:
Não prestas para nada! Mal empregado o que comes! Não podes com uma gata pelo rabo! Não sabes fazer nada! E, a resumir, a culminar a caracterização da minha inépcia, inevitavelmente vinha palavra que tudo resumia e nunca ouvi fora da aldeia: jimbrinhas!
Só na escola brilhava. Sabichão. Devorador dos poucos livros que me passavam ao alcance, de tudo o que era letra, fosse em edital, em jornal velho, em pacote de açúcar. Mas, fora das letras – um jimbrinhas chapado!
Chegaram os livros de ‘cóbois’. E cada garoto logo escolheu a sua personagem, mais forte no soco, mais rápida no sacar do revólver, mais fatal no tiro, mais justiceira na missão de punir os maus, índios e ladrões de gado, jogadores invariavelmente batoteiros, assaltantes de diligências:
– Eu sou o Kit Carson!
– O Arizona Kid!
– O Roy Roger!
– O Texas Kid!
– O Bill the Kid!
– Eu é que sou esse! E rebolavam já, engalfinhados, no pé da terra batida da estrada.
Sem querer entrar em brigas, lá declarei que era aquele que nenhum escolhera:
– Eu sou o Jim Bridger!
Gargalhada geral: Isso, tu és o Jim Brinhas!
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