Desde o Verão Quente que me não manifesto. Estive quase tentado a voltar a fazê-lo aquando da invasão do Iraque pelo actual Bush. Mas, quando soube que algumas personalidades também participariam, desisti: não marcho ao lado de certas pessoas, nem as causas serão jamais as mesmas.
Sábado estarei novamente de volta à rua: o mérito cabe à actual equipa do Ministério da Educação. Não é o mal-estar difuso, não são as aulas de substituição, não é o concurso de titular... É a certeza de que o eduquês venceu definitivamente, de que o professor do futuro será um arquiva-papéis que, cuidadosamente, melhora estatísticas de insucesso e reduz taxas de abandono, tudo bem avaliado cientificamente porque, há muito, a educação deixou de ser uma arte para se tornar numa "ciência"...
Entretanto, porque há e sempre haverá espíritos optimistas que conseguem descortinar aspectos positivos em tudo o que os governantes fazem e decidem, quaisquer que eles sejam, outros que aguardam pelo esvaziar do balão, como se lia no Expresso da semana passada, aqui deixo alguns temas para meditarem: Avaliação de Desempenho, Estatuto do Aluno, Alunos com Necessidades Educativas Especiais, Gestão...
Durante mais de três décadas fiz minhas as palavras que Sebastião da Gama registou no seu Diário, uma das duas obras sobre educação que li até ao momento: "Temos uma profissão maravilhosa e ainda nos pagam o ordenado por cima!" Hoje, e após um dia em que, para além de Direcção de Turma, Atendimento de Pais e Avós, aula de 12º ano, só tive duas reuniões (Conselho Pedagógico e Directores de Turma), estou mais como Álvaro de Campos: "O que há em mim é sobretudo cansaço - / Não disto nem daquilo, (...) Um supremíssimo cansaço / Íssimo, íssimo, íssimo, / Cansaço..."
Ah, mas sábado lá estarei! O eduquês vencerá, a burocracia vencerá, as estatísticas vencerão, o país perderá, a conta será paga pelas gerações presentes e futuras, como sempre os mais desfavorecidos ficarão bem pior - mas desta vez eu manifesto-me. Enquanto posso.
Sábado estarei novamente de volta à rua: o mérito cabe à actual equipa do Ministério da Educação. Não é o mal-estar difuso, não são as aulas de substituição, não é o concurso de titular... É a certeza de que o eduquês venceu definitivamente, de que o professor do futuro será um arquiva-papéis que, cuidadosamente, melhora estatísticas de insucesso e reduz taxas de abandono, tudo bem avaliado cientificamente porque, há muito, a educação deixou de ser uma arte para se tornar numa "ciência"...
Entretanto, porque há e sempre haverá espíritos optimistas que conseguem descortinar aspectos positivos em tudo o que os governantes fazem e decidem, quaisquer que eles sejam, outros que aguardam pelo esvaziar do balão, como se lia no Expresso da semana passada, aqui deixo alguns temas para meditarem: Avaliação de Desempenho, Estatuto do Aluno, Alunos com Necessidades Educativas Especiais, Gestão...
Durante mais de três décadas fiz minhas as palavras que Sebastião da Gama registou no seu Diário, uma das duas obras sobre educação que li até ao momento: "Temos uma profissão maravilhosa e ainda nos pagam o ordenado por cima!" Hoje, e após um dia em que, para além de Direcção de Turma, Atendimento de Pais e Avós, aula de 12º ano, só tive duas reuniões (Conselho Pedagógico e Directores de Turma), estou mais como Álvaro de Campos: "O que há em mim é sobretudo cansaço - / Não disto nem daquilo, (...) Um supremíssimo cansaço / Íssimo, íssimo, íssimo, / Cansaço..."
Ah, mas sábado lá estarei! O eduquês vencerá, a burocracia vencerá, as estatísticas vencerão, o país perderá, a conta será paga pelas gerações presentes e futuras, como sempre os mais desfavorecidos ficarão bem pior - mas desta vez eu manifesto-me. Enquanto posso.
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