Já perdi o conto às fornadas de novos alunos a quem iniciei na arte do Karaté. Muitos, muitos, treinaram com afinco até à conclusão do Secundário. Fica-me o consolo de terem partido muito mais fortes e confiantes do que quando chegaram até mim. E é com enorme prazer que os revejo, completamente mudados, dez, vinte, trinta anos depois, a lamentar que as exigências da vida lhes não permitam voltar aos nossos treinos, a recordar com saudade esse tempo em que transpirámos, sofremos e nos divertimos juntos. E é com prazer que os oiço falar dos seus sucessos e fracassos (a vida também é feita de derrotas). Outros, por vezes, fazem-me chegar a expressão pública da sua gratidão por terem descoberto comigo a Via do Karaté, agora que trilham os seus próprios caminhos, por rumos que raramente se cruzam com o meu.
Na foto (clicar para ampliar), o grupo de 2010, em constituição. Poucos ainda, desalinhados, torcidos, fraquinhos. Não importa. Aqueles que não desistirem estarão irreconhecíveis no final do ano lectivo. E daqui a meia dúzia de anos, quando também eles me deixarem, será talvez o momento de recomeçar novamente a partir do nada. Porque, dizem os antigos mestres, a Via não tem limites.
1 comentário:
Quando eu tinha 13 anos o meu pai viu uma notícia de uma rapariga que tinha sido espancada até à morte, com todos os ossos do corpo partidos. O meu pai disse-me "vais para o karaté". Ficou decidido e para além do treino físico, do divertimento, o que aprendi fica para a vida. Não só as técnicas de defesa pessoal, mas todos os ensinamentos e valores que ajudam a fazer dos adolescentes desengonçados melhores pessoas!
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