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sábado, 28 de janeiro de 2012

A receita alemã

Parece que -- modalizo e enfatizo, porque, já aqui o escrevi vezes sem conta, entendo tanto de economia como os especialistas, ou seja, nada -- parece que o capitalismo alemão é mais conservador, menos centrado em grupos financeiros, do que o inglês e americano. As empresas que enriquecem a Alemanha são frequentemente empresas familiares, muitas delas centenárias, não cotadas na bolsa (logo não dependentes da especulação bolsista), as quais não visam o lucro imediato ou no muito curto prazo, e consideram os seus trabalhadores como uma das suas maiores riquezas; recrutam-nos nas escolas e universidades da região e procuram mantê-los durante toda a vida -- por cá, dizem-nos que tais empregos acabaram.
Especializaram-se na produção  de bens e não de serviços; têm elevada tecnologia, logo elevada produtividade; exportam a quase totalidade da produção e para países como a China; orgulham-se da sua função social e encaram o futuro com a confiança que lhes dá tanto o passado como a certeza de que são as melhores nos respectivos nichos de mercado...
Vale a pena estar atento. As receitas dos nossos governantes anteriores, que se traduziram no abandono da agricultura, da pesca, na destruição da indústria, conduziram-nos a um estado de coisas insustentável. Ou produzimos, ou falimos.

5 comentários:

Beatriz Lamas Oliveira disse...

As Receitas Alemãs e a luta pela informação:

As exportações principais da Alemanha são automóveis ($163 Bilhões), peças de veículos ($63,2 Bilhões), Medicamentos embalados ($52 Bilhões), Aviões, helicópteros, e / ou espacial ($31,8 Bilhões) e sangue humano ou animal ($20,8 Bilhões). Nada disto me parece ser produzido em pequenas empresas familiares.
Principais importações são Crude Petroleum ($53,3 Bilhões), Carros ($47,3 Bilhões), Peças de veículos ($38,2 Bilhões), Petrolíferos refinados ($31,1 Bilhões) e Unidades de Disco Digital ($27,7 Bilhões).
Hoje em dia nada do que parece é!
O Prémio George Orwell, criado pelo InternationalBea Consortion of Journalism foi criado em 1 de abril de 2016 e é entregue ao politico que mostre mais capacidade para criar um Ministério da Verdade Permitida.
Já não há verdades.

Beatriz Lamas Oliveira disse...

Volks, BMW e Bosch são empresas nas mãos de famílias. Em 2015, as 50 maiores empresas familiares da Alemanha geraram juntas mais de um trilhão de euros. Conheça as dez maiores.
Pertencem a famílias trilionárias, mas não são pequenas empresas familiares!

JCC disse...

Escrevi o texto salvo erro em 2012, após um programa, 60 Minutos, sobre o assunto. A Beatriz tem razão ao referir os grandes grupos económicos alemães, mas não esqueça que há míriades de empresas menores a produzir para elas. O fundamental parece válido: os alemães apostam na produção, os britânicos na especulação financeira e bolsista. Fávricas de um lado, a Citty do outro.
Obrigado pela visita.
JCC

Beatriz Lamas Oliveira disse...

Os alemães apostam na produção, os britânicos na especulação financeira e bolsista. Fávricas de um lado, a Citty do outro. Quanto a isso estamos de acordo!

Cristina Torrão disse...

O bem-estar alemão baseia-se de facto nas pequenas e médias empresas. Os alemães possuem uma característica que faz muita falta aos portugueses. Não é a eficiência, a pontualidade, ou a exatidão. É o respeito pelas profissões! Todas as profissões, desde o limpa-chaminés ao pintor (de casas, não o artista), passando pelo carpinteiro e pelo instalador sanitário, só se alcança frequentando um curso. As firmas estão preparadas para empregar os "aprendizes". O obtenção de um certificado que habilite a praticar uma qualquer destas profissões (ou outras) é motivo de grande orgulho. É este o verdadeiro segredo do sucesso alemão.