Foi numa noite de 1973, no Big Ben, um café de estudantes na zona da Escola Politécnica, que começámos a namorar. Com um beijo. Era o seu aniversário, comemorado com simples bica.
O ar estava irrespirável da densa fumaça do tabaco, mas nós, alheados do Mundo, vivíamos a alegria incontida, como a da donzela que oito séculos atrás cantava "Os amores hey!", temendo embora que tudo se desmoronasse pouco depois caso fosse preso, que, à meia noite, tinha encontro com um camarada do meu Comité de Luta Anticolonial (CLAC) para fazermos pinturas alusivas ao 4 de Fevereiro, data oficial do início da guerra colonial. Eram apenas cinco, mas em lugares vigiados pela polícia, e as inscrições eram palavrosas, quilométricas. Conseguimos completar duas, as restantes três começadas mas interrompidas por perseguições policiais.
O ar estava irrespirável da densa fumaça do tabaco, mas nós, alheados do Mundo, vivíamos a alegria incontida, como a da donzela que oito séculos atrás cantava "Os amores hey!", temendo embora que tudo se desmoronasse pouco depois caso fosse preso, que, à meia noite, tinha encontro com um camarada do meu Comité de Luta Anticolonial (CLAC) para fazermos pinturas alusivas ao 4 de Fevereiro, data oficial do início da guerra colonial. Eram apenas cinco, mas em lugares vigiados pela polícia, e as inscrições eram palavrosas, quilométricas. Conseguimos completar duas, as restantes três começadas mas interrompidas por perseguições policiais.
Quarenta anos depois, tetra avós, continuamos os mesmos adolescentes que então se apaixonaram. Canta Brel, numa das minhas canções favoritas, que "precisámos de muito talento para sermos velhos sem ser adultos." Nós também.
FOTO: tirada por essa altura nas escadas para Económicas, junto a São Bento
1 comentário:
Parabéns aos apaixonados tetra-avôs!
Enviar um comentário