“Sem a loucura que é o homem / Mais que a besta sadia / Cadáver adiado que procria” pergunta Fernando Pessoa, que conheceu tempos tão medíocres como aqueles em que vivemos, marcados por discussões apaixonadas sobre assuntos de magna importância, como a transferência de um treinador para o clube rival, ou episódios emocionantes da campanha eleitoral. Não há pachorra.
E recordo-me de que trinta e três anos atrás subi com o Vergílio o Zêzere a remos, de Castelo do Bode acima, guiados por mapa rudimentar em papel vegetal. Durante cinco dias, quatro noites, remámos numa pequena chata construída por nós e por mais dois amigos, quase sempre sem ver vivalma, a comer rações de combate quando não pescávamos, a beber a água do rio e acampando nas margens e ilhotas.
Pois agora, que lá diz provérbio africano “cabeça feita para partir cocos não pára quieta”, acabo de lhe telefonar a propor novo desafio: a volta a Portugal nas nossas velhas Vespas – a minha é de 1982. E ele aceitou imediatamente!
Esperemos por Setembro ou Outubro, quando passar a época de incêndios e o tempo refrescar…
FOTO: na subida do Zêzere, resguardado da chuva, ao lado do barco em que navegámos durante quatro dias.
FOTO: na subida do Zêzere, resguardado da chuva, ao lado do barco em que navegámos durante quatro dias.
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