Falta-me a paciência para ouvir comentadores e, mais ainda, para os nossos políticos, qualquer que seja o seu campo. Por isso, mal começam a arengar, logo mudo de canal. Porém, há pouco, Medina Carreira, em conversa com Mário Crespo, conseguiu prender a minha atenção. Foi, antes de mais, a sua recusa em falar de assuntos que ainda não estudou ou de outros que considera servirem apenas para nos manter presos às televisões. Depois, o seu pessimismo esclarecido, apoiado em gráficos que até eu consigo perceber e, sobretudo, o seu comentário sobre a educação em Portugal. Disse ele que os pais deviam sair à rua, não para protestar porque na escola dos filhos falta uma funcionária, mas porque lá, como nas outras deste país, não aprendem nada. Questionou o valor dos diplomas de 12º ano e, sobretudo dos das Novas Oportunidades, criticou um ex-ministro que defendeu no mesmo programa a Escola Inclusa, que obriga a permanecer na escola alunos que lá não querem estar, com prejuízo deles próprios e dos outros, e questionou a oferta de computadores a crianças de seis anos, antes de terem uma formação de base decente, não enjeitando, no entanto, a sua possível utilidade aos doze anos.
Mesmo que ele esteja errado -- e receio que não esteja -- é uma voz a escutar atentamente.
Mesmo que ele esteja errado -- e receio que não esteja -- é uma voz a escutar atentamente.
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