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terça-feira, 7 de outubro de 2008

O próximo romance?

"Quando sai o próximo romance?, perguntam-me frequentemente leitores e leitoras de Entre Cós e Alpedriz. Tenho dificuldade em explicar que não tem data prevista - pode, até, nem haver "próximo romance". Só posso garantir que trabalho duro, não em um, mas em dois projectos - mas trabalho não chega, nem sequer é garantia de qualidade. E sem que eu reconheça qualidade (outros poderão legitimamente discordar dos meus juízos de valor), não sai nada meu.

Falta-me tempo, mas não é a falta de tempo que me atrasa a escrita: é antes a incapacidade de escrever o que quero como quero, e depois, para piorar as coisas, aquilo que escrevo é sempre comparado, por mim e, provavelmente, por todos os leitores, com as obras de referência, antigas e contemporâneas!

É escusado alongar-me, procurando desculpas, descrevendo a tortura que é escrever, primeiro enfrentando o ecrã em branco, depois, frequentemente, apagando desconsoladamente o produto de horas e horas de trabalho, outras vezes avançando por páginas e páginas para mais tarde descobrir que se trata de um beco, de onde importa sair para recomeçar noutro local e de outra forma... E no fim há a dúvida, constante, insidiosa, sobre a qualidade do pouco que sobrevive à acção de DEL, essa tecla destruidora de textos...

Entretanto, enquanto não publico nada (Do lacrau e da sua picada não será publicado, conforme explicarei em breve, que hoje os olhos já se fecham), sugiro a leitura de excertos de Entre Cós e Alpedriz, a qual trará certamente pormenores e motivará interpretações que talvez tenham escapado da primeira vez. Ou a leitura de mestres da escrita, como Mário de Carvalho (Um deus passeando pela brisa da tarde, Contos Vagabundos, A Sala Magenta...), Gonçalo M. Tavares (Jerusalém, Aprender a rezar na era da técnica...), Saramago (Levantado do Chão, Memorial do Convento, Jangada de Pedra...). Ou de clássicos, como Homero, nas traduções de Frederico Lourenço - especialmente da Ilíada.

Boas leituras!

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