Imperam de noite, livrando-nos de mosquitos, melgas e demais pragas nocturnas, que não contentes em picar, em provocar coceira, não raro transmitem doenças (a leishmaniose, por exemplo). Patrulham incansavelmente paredes, muros, sebes, sempre silenciosas, discretas, "inimigas como eu da claridade", incompreendidas e não raro perseguidas: "osgas peçonhentas, achatadas", escreveu Cesário, juntando-as aos demais ladrões do agricultor.
Na foto, um dos meus exemplares.
Na foto, um dos meus exemplares.
2 comentários:
A questão é cultural. Quando os meus sogros eram vivos, passei muitas vezes férias, numa recôndita aldeia serrana na Beira Baixa. Custou-me bastante habituar-me a adormecer com uma osga no tecto do quarto e que, não raras vezes, se aproximava da cabeceira da cama descendo pela parede. O facto é que não havia melhor insecticida. Nunca fui picado à noite. Mas lá que me faziam impressão, ai isso...
Ainda recordo o arrepio que senti quando me caiu uma no pescoço... Desde que se mantenham fora de casa, aprecio a sua vizinhança. Se entram, normalmente bebés, expulso-as, tentando não as ferir. Curiosidade: na minha aldeia não há osgas e quando as descrevo perguntam-me "Saramantigas?" Então tento explicar a diferença entre as salamandras, que habitam em locais húmidos, e as osgas, que preferem ambientes quentes e secos.
Normalmente sem sucesso.
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