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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Gaba-te, cesta,

que vem aí a vindima.
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domingo, 30 de agosto de 2009

Fotos de Agosto

Aqui

Canícula

"Agora andava na apanha do tomate. Sol a pique, incendiando o céu, e elas, quase só mulheres, empapadas de suor, pó e aquela massa pegajosa de tomate, nas mãos, na cara, na roupa, vermelho por todo o lado, céu vermelho, em brasa, terra vermelha dos tomates rebentados, mais o maldito cheiro adocicado, — Provavelmente nunca mais conseguirei comer tomates. E sempre numa lufa-lufa diabólica, que a tanto obriga o pagamento à caixa, sempre naquela esturra...
Tentam pensar noutras coisas, mais agradáveis, mais frescas, mas parece que até os pensamentos fazem calor e inevitavelmente incendeiam-se como a planície, como o céu, como o Sol. Nem adianta tentar dizer larachas para ajudar a passar o tempo, abrindo a boca entra mais calor. (As chalaças ficam por conta do patrão, à sombra, claro. Este nem é dos piores, ainda faz alguma coisa, ajuda a carregar as caixas, vai descarregar o tractor, que remédio tem ele, a crise da agricultura não é só conversa para conseguir subsídios. É possível que sinta, apesar do incómodo, alguma excitação no meio de tanta mulher, mas nós só queremos acabar o dia, tomar banho e tentar viver, que isto não é vida, é trabalho, do que ainda vai aparecendo, graças a Deus.)"

Do lacrau e da sua picada

41 graus à sombra

Quase acabadas as férias, eis o Verão que finalmente chega, atrasado devido à precessão dos equinócios - pelo menos, foi esta a explicação que há tempos ouvi ao meteorologista Antímio de Azevedo.

Eis um excerto meu bem transpirado:

"Mal saiu do carro, a luz do Sol atingiu-o com a brutalidade de um murro, fazendo-o recuar à procura do refúgio de uma sombra onde repousar a vista; o ar quente envolveu-o como se estivesse à boca de um forno, sufocando-o, enquanto procurava alguém que lhe pudesse dar informações. Vivalma. Fora, apenas avistava casas velhas tremelicando sob o sol a pique de Agosto, luz de fogo, ar de fogo, um ou outro cão deitado numa nesga de sombra. Já tinha ouvido dizer que o interior do país se estava a desertificar, mas só visto, contado é inacreditável. Nem uma fonte, nem um chafariz, já não há mimos desses para os viandantes nas aldeias e vilas de Portugal.
Limpou o suor que lhe corria em bica pela testa, encharcando os óculos de sol, empapando a camisa e colando-a ao corpo e tentou raciocinar: em qualquer aldeia, há sempre uma rua principal e lá há sempre um café. A rua principal era certamente aquela em que se encontrava, atravessando a povoação numa curva larga e ascendente, desde a estação de comboios, deserta a esta hora, até ao casario, mais acima.
Acabou por descobrir um café, graças ao toldo. Precipitou-se para dentro despertando o dono da modorra da sesta e, esquecendo cuidados com álcool e condução, procurou matar a sede que o atormentava, refrescado por lufadas de ar que uma ventoinha enviava intermitentemente na sua direcção. À segunda imperial meteu conversa. Sobre o calor, evidentemente. A televisão tinha dado quarenta e três graus para Santarém, cidade junto ao rio e situada num alto. Para ali, a temperatura devia rondar a de Évora ou mesmo a de Beja, talvez até os 47 graus previstos para a Amareleja. Para todos os efeitos aquele Ribatejo era charneca alentejana. Apostava que não estavam menos de quarenta e dois ou quarenta e três graus à sombra. E com os incêndios, tudo piorava: o ar estava irrespirável, abafado. Se ao menos corresse uma brisa que evaporasse a transpiração... O dono do café concordava: era um calor de rachar pedras.
— Mas o que é que traz cá o meu amigo a esta hora, debaixo deste sol escaldante?"

Do lacrau e da sua picada

Alpedriz


"Pecar é o que certamente iremos fazer quando sairmos daqui: que ninguém pense que seguiremos certinhos rumo a casa; não, como dizia a minha avó, o que não lembra ao Diabo lembra às crianças, e lá reza o ditado que uma é um santinho, duas são dois diabinhos — para tantas juntas não conheço provérbio.
Desfilaremos em magote pelo centro de Alpedriz, parando provocadores no adro da Igreja, com a sua torre de banda desde o Terramoto, desafiaremos os cachopos que por lá se encontrarem e os mais valentes de nós mostrarão a sua bravura guerreando com eles, embrulhados em pó, lágrimas e raiva.
Então chegarão reforços indígenas, os duelos transformar-se-ão em batalha, das mãos e pés passar-se-á às pedradas e uma ou outra cabeça será partida — nada que o mercúrio não cure; nós, os dos Montes, em maior número, bateremos em retirada, que em casa sua cada um pode muito, e a guerra continuará pelas ladeiras acima, agora à distância, esquivando pedradas, devolvendo insultos, xingando e macaqueando...
Eis-nos, agora sim, de regresso aos Montes, triunfantes. Não se pense, contudo, que acabaram os disparates: ainda iremos bater as árvores de fruta e vinhas que ladeiam o caminho das Matas. Não é fome, é mais apetite, é mais vício, e pior do que o que roubamos é o que estragamos — uma dentada no Pêro de Agosto e atiramo-la à cara de outro que pagará na mesma moeda, que é como quem diz com outro pêro... Amanhã, o dono encontrará um terreiro de fruta estragada e rugirá, — Ah, se eu apanho esses ladrões! esquecendo que anos antes era ele que fazia o mesmo, é certo que com a fruta de outro dono...
Como uma praga, devastamos tudo por onde passamos, das maçãs às cenouras da tia Joaquina, que chorará desesperada ao ver a sua horta derrotada, o milho derrubado como se por lá tivesse passado texugo — tanto trabalho destruído num abrir e fechar de olhos, sem quê nem porquê! "
X. Retrato de Família, Entre Cós e Alpedriz
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sábado, 29 de agosto de 2009

Mar


"Em criança, o Chico era o ai-jesus do pai, que o levou a ver pela primeira vez o mar, teria o moço então cinco ou seis anos. Partiram numa madrugada de Julho, num desses domingos de calor estival em que se não pode fazer nada no campo, e lá foram, eles dois na bicicleta, a farneleira de duas divisões, uma para conduto, outra para sopa, presa no suporte, e as recomendações da mãe para que não deixasse o Sol da praia queimar o seu menino. O pai pedalou nas rectas, aproveitou as descidas para recuperar fôlego, empurrou a bicicleta à mão pelas ladeiras acima e, de repente, numa descida, o Afonso viu-o, maravilhado: um rio enorme, azul ao fundo, esverdeado junto à areia, desfazendo-se em espuma branca ao bater contra as rochas do lado do Sítio; ao longe, colava-se ao céu e na sua ingenuidade infantil convenceu-se de que o mar era o céu que descia, enrolado sobre si próprio, até à areia. Era, pensou, feito da mesma água das nuvens. Em breve se desenganou: a água, tão fresquinha e apetitosa, mesmo a pedir que uma boca sequiosa como a sua a bebesse, era salgadíssima!"

Entre Cós e Alpedriz

Mar

"Mar — vê-o nitidamente, tal como o avistou do Sítio quando levou o filho Francisco pela primeira vez à praia, teria o moço então uns seis anos. Ah, como lamentava agora o rigor com que tratara a criança, surra em cima de surra, ralhos sobre ralhos, proibições de fazer isto, de andar com este ou com aquele, e nem a desculpa de ter procedido como todos os outros pais, como o seu próprio pai procedera para consigo, lhe servia já de atenuante. (...) Logo, logo, o remorso cede lugar à imagem da água do mar espelhada nos olhos do moço enquanto caminhavam ambos pela beira-mar, os pés finalmente livres das botas que todo o ano os aprisionavam, o perfume da maresia enchendo-lhes o peito, o céu azul cortado pelo voo branco das gaivotas, as sardinhas prateadas palpitando nas redes, a alegria resplandecendo no rosto dos pescadores, como camponeses após abundante vindima — e lamentava novamente todos os momentos desperdiçados por não ter reparado que os dias desfilavam velozmente como os cavalinhos do carrossel na Feira de São Bernardo, sempre correndo, ora subindo, ora descendo, — Mais uma volta! 'Tá a andar! Entravam crianças, saíam adultos, aqueles que de fora olhavam viam apenas rostos e corpos que rodavam, bem agarrados ao cavalo de pau ou rodopiando em banco rotativo, e na vertigem que as voltas causavam, não sabiam já se os velhos que de lá saíam, — O quê, já acabou? Passou tão depressa!, não seriam as crianças que tinham visto pouco antes a entrar..."

Entre Cós e Alpedriz

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mundo fechado

(Para ampliar, clicar sobre a foto)

Como a água de dois rios que corre lado a lado sem se misturar, assim se relacionam os indígenas com os estranhos - os palecas - mesmo que, afiança-me quem sabe, aparente existir intimidade, amizade até, por vezes fruto de um convívio de décadas:
-- Não se diz "houverem", mas sim "houve".
-- Ah, stôra, agora temos de falar à moda dos palecas?
(Impossível reproduzir por escrito a musicalidade do falar da Nazaré)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cata-vento


Porto de Mós
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"...servindo de eixo a cata-vento em forma de galo orgulhoso, bico sempre apontado para barlavento, cauda larga para sotavento.

Do galo se diz que é inconstante como a aragem que o faz rodar, mas se o observarmos sem ideias pré-concebidas, dia após dia, ano após ano, melhor ainda, se o pudéssemos acompanhar vida após vida, concluiríamos, como eu próprio já concluí, que também ele tem as suas querenças, visto que, podendo apontar em qualquer direcção, o vejo de manhãzinha olhando para Nascente, como se também ele, na sua mudez férrea, quisesse saudar o nascer do Sol, ou o cacarejar que vem dessa direcção lhe animasse uma qualquer molécula orgânica, depositada pelos pardais oportunistas que o usam como poleiro, sujando-o indecorosamente... "

(Inédito meu)
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domingo, 23 de agosto de 2009

Aniversário

Da Ana. Parabéns.
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Palpites sábios

Segundo O Público, Ensino universal e grátis a partir dos três anos faria mais pelo país do que TGV, diz demógrafo.
Duas questões: um demógrafo é especialista em ensino? Ou em transportes?
Que diabo, quando é que estes especialistas, e os senhores jornalistas que os ouvem e amplificam os seus palpites doutorais, se apercebem, uns e outros, do ridículo que é pedir ao sapateiro (sem ofensa aos oficiais do ofício) que toque rabecão?
Um demógrafo deve ser ouvido sobre demografia; sobre transportes e ensino ouçam-se autoridades em cada uma dessas áreas.

sábado, 22 de agosto de 2009

Boas aberturas de bons romances -- Aprender a rezar na era da técnica


"O pai agarrou nele e levou-o ao quarto de uma empregada, a mais nova e a mais bonita da casa.
-- Agora vais fazê-la, aqui, à minha frente.
A criadita estava assustada, claro, mas o estranho é que parecia que ela estava assustada com ele, e não com o pai: era o facto de Lenz ser um adolescente que assustava a criadita e não a violência com que o pai a disponibilizava ao filho, sem qualquer pudor, sem ter sequer o cuidado de sair. O pai queria ver."

Gonçalo M. Tavares, Aprender a rezar na era da técnica

Boas aberturas de bons romances -- Jerusalém


"Ernst Spengler estava sozinho no seu sótão, já com a janela aberta, preparado para se atirar quando, subitamente, o telefone tocou. Uma vez, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze. Ernst atendeu."

Boas aberturas de bons romances -- Um deus passeando pela brisa da tarde


"Brilha o céu, tarda a noite, o tempo é lerdo, a vida baça, o gesto flácido. Debaixo de sombras irisadas, leio e releio os meus livros, passeio, rememoro, devaneio, pasmo, bocejo, dormito, deixo-me envelhecer. Não consigo comprazer-me desta mediocridade dourada, pese o convite e o consolo do poeta que a acolheu. Também a mim, como ao Orador, amarga o ócio, quando o negócio foi proibido. Os dias arrastam-se, Marco Aurélio viveu, Cómodo impera, passei o que passei, peno longe, como ser feliz?"

Mário de Carvalho, Um deus passeando pela brisa da tarde

Boas aberturas de bons romances -- Jesusalém


"A primeira vez que vi uma mulher tinha onze anos e me surpreendi subitamente tão desamado que desabei em lágrimas. Eu vivia num ermo habitado apenas por cinco homens. Meu pai dera um nome ao lugarejo. Simplesmente chamado assim: Jesusalém. Aquela era a terra onde Jesus haveria de se descrucificar. E pronto, final."

Mia Couto, Jesusalém

Boas aberturas de bons romances -- As aventuras de Tom Sawyer


(O meu exemplar sumiu, o que não é grave, uma vez que a tradução era deplorável. Vale-me, mais uma vez, a Internet.)

"TOM!"
No answer.
"TOM!"
No answer.
"What's gone with that boy, I wonder? You TOM!"
No answer.
The old lady pulled her spectacles down and looked over them about the room; then she put them up and looked out under them. She seldom or never looked THROUGH them for so small a thing as a boy; they were her state pair, the pride of her heart, and were built for "style," not service -- she could have seen through a pair of stove-lids just as well.

Mark Twain, The adventures of Tom Sawyer

Boas aberturas de bons romances -- O Principezinho

(Clicar sobre a imagem para a ampliar)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Boas aberturas de bons romances -- O Velho e o Mar


(Na tradução de Jorge de Sena)
"Era um velho que pescava sozinho num esquife na Corrente do Golfo, e saíra havia já por oitenta e quatro dias sem apanhar um peixe. Nos primeiros quarenta dias um rapaz fora com ele. Mas após quarenta dias sem um peixe, os pais do rapaz disseram a este que o velho estava definitivamente e declaradamente salao, o que é a pior forma de azar, e o rapaz fora por ordem deles para outro barco que na primeira semana logo apanhou três belos peixes."

Boas aberturas de bons romances -- L'étranger


"Aujourd'hui, maman est morte. Ou peut-être hier, je ne sais pas. J'ai reçu un télégramme de l'asile: "Mère décédée. Enterrement demain. Sentiments distingués." Cela ne veut rien dire. C'est peut-être hier."

Boas aberturas de bons romances -- Cem anos de solidão


"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo."

Gabriel García Marquez, Cem anos de solidão

(Esta abertura influenciou-me de tal forma que nos Agradecimentos, p. 240 de Entre Cós e Alpedriz, escrevi:
"Aos meus mestres na arte da escrita, três dos quais são homenageados nesta obra -- García Márquez, Agustina, Fernão Lopes.")

Pergunta de resposta difícil



O Afonso, três anos e meio, está na fase das perguntas. E não são só os constantes "porquê?"
Ontem, por exemplo, testemunhei o seguinte diálogo:
-- Avó, onde é que vais? (Ele fala muito bem, sintaxe correcta.)
-- Vou à casa de banho.
-- E vais fazer o quê?
-- Vou fazer xixi.
-- Não tens pilinha, como é que fazes xixi?

Boas aberturas de bons romances -- Moby Dick


"Call me Ishmael. Some years ago - never mind how long precisely - having little or no money in my purse, and nothing particular to interest me on shore, I thought I would sail about a little and see the watery part of the world. It is a way I have of driving off the spleen, and regulating the circulation. Whenever I find myself growing grim about the mouth; whenever it is a damp, drizzly November in my soul; whenever I find myself involuntarily pausing before coffin warehouses, and bringing up the rear of every funeral I meet; and especially whenever my hypos get such an upper hand of me, that it requires a strong moral principle to prevent me from deliberately stepping into the street, and methodically knocking people's hats off - then, I account it high time to get to sea as soon as I can. This is my substitute for pistol and ball. "

Herman Melville, Moby Dick

Como escolher os livros

Pode-se seguir as indicações dos críticos ou comprar os premiados. Mas -- fala a experiência pessoal – 9 em cada 10 vezes, pelo menos, é um barrete que se enfia, um mono que se adquire e se larga logo nas primeiras páginas. Porquê? As explicações ficam para melhor ocasião. Melhor critério é seguir as sugestões de outros leitores: se leram o dito cujo, é porque, no mínimo, é legível; mas, como os gostos variam, origina também elevada percentagem de descontentamento.
Restam dois métodos, um infalível e outro quase infalível. O primeiro, que segui durante muitos anos, consiste em comprar o livro apenas depois de o ter lido, por exemplo requisitando-o em bibliotecas ou tomando-o emprestado. Em seu desfavor, o facto de, após leitura, comprarmos muito pouco – mas bom. Foi assim que comprei, por exemplo, Paroles, de Prévert, ou Romancero Gitano, de Lorca. Porém, hoje em dia as bibliotecas estão frequentemente a cargo de funcionários camarários que nunca leram nada, exceptuando, talvez, a TV Guia ou A Bola, o acervo (como eles dizem, mostrando que dominam o jargão) está desactualizado, e deixei de as frequentar, embora tenha saudades do tempo em que nelas entrava com mais prazer e devoção que os fiéis nas igrejas.
Resta, então, o último método, que aplico e recomendo: ler as primeiras linhas do livro. Se me despertam a atenção, leio outros excertos, mais ou menos aleatoriamente. Reconheço que este método, se aplicado à risca, pode-nos privar da leitura de bons livros, como Os Maias, com abertura desinteressante. Enfim, não há procedimento perfeito.
Não faltam boas aberturas de livros. Por preguiça, limitar-me-ei a 10 (uma para cada dedo de cada uma das minhas mãos), sem as hierarquizar, e apresentá-las-ei aqui nos próximos tempos. Depois – ah, a vaidade! – farei o mesmo com os meus romances e contos, incluindo as aberturas de cada capítulo.

De férias, nos Montes

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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Para acabar com a guerra do Afeganistão

É só inverter a lei recentemente aprovada, segundo a qual um marido pode pôr a mulher a passar fome se o não satisfizer sexualmente. Como o actual presidente é um pau-mandado dos americanos, não deve ser difícil reformular o legislado. E representar Lisístrata por todo o lado.

Receita de Verão

E de todas as outras estações, mutatis mutantis.
PUNHETA DE BACALHAU.
(Nome ordinário. Lamento.)
Bacalhau cru desfiado. Azeite Gallo. Vinagre. Alho do meu. Pão dos Montes torrado. Vinho tinto do meu, colheita de 2007.
(O tinto combina na perfeição com o alho, o azeite e o pão torrado. O bacalhau é para dar a consistência.)
Figos Ping'o Mel do Henrique, pêssegos do Vergílio, pêra Rocha minha, dos Montes.
Um dedal de JB velho para cortar o colesterol e desentupir as artérias.
Um Roma, da Nespresso.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Leituras

Do Afonso e da (bis)avó Isabel.
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sábado, 8 de agosto de 2009

Búzio


Vozes ao longe
murmurando
como que chamando por mim...

Olho e não vejo vivalma
Areal deserto, tarde calma
Apenas a lonjura do mar
Branco das gaivotas cortando o ar
Ninguém a quem falar

Só o murmúrio distante
das vozes ao longe
sussurrando
como que chamando por mim

E num arrepio
sussurrante
se de medo, se de frio
como que trazido pela brisa
sibilante
o murmúrio das vozes
indistintas
sempre
chamando por mim...

(Entre Cós e Alpedriz)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pinheiro de Santo António, Alpedriz

Dele, que, segundo a lenda, foi semeado por Santo António, se dizia que tinha sofrido numerosas tentativas assassinas envolvendo fogo, ácido, moto-serra. A tudo resistira, miraculosamente incólume. Só o Tempo o venceu: eis ao que está reduzido.
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009