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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Como escolher os livros

Pode-se seguir as indicações dos críticos ou comprar os premiados. Mas -- fala a experiência pessoal – 9 em cada 10 vezes, pelo menos, é um barrete que se enfia, um mono que se adquire e se larga logo nas primeiras páginas. Porquê? As explicações ficam para melhor ocasião. Melhor critério é seguir as sugestões de outros leitores: se leram o dito cujo, é porque, no mínimo, é legível; mas, como os gostos variam, origina também elevada percentagem de descontentamento.
Restam dois métodos, um infalível e outro quase infalível. O primeiro, que segui durante muitos anos, consiste em comprar o livro apenas depois de o ter lido, por exemplo requisitando-o em bibliotecas ou tomando-o emprestado. Em seu desfavor, o facto de, após leitura, comprarmos muito pouco – mas bom. Foi assim que comprei, por exemplo, Paroles, de Prévert, ou Romancero Gitano, de Lorca. Porém, hoje em dia as bibliotecas estão frequentemente a cargo de funcionários camarários que nunca leram nada, exceptuando, talvez, a TV Guia ou A Bola, o acervo (como eles dizem, mostrando que dominam o jargão) está desactualizado, e deixei de as frequentar, embora tenha saudades do tempo em que nelas entrava com mais prazer e devoção que os fiéis nas igrejas.
Resta, então, o último método, que aplico e recomendo: ler as primeiras linhas do livro. Se me despertam a atenção, leio outros excertos, mais ou menos aleatoriamente. Reconheço que este método, se aplicado à risca, pode-nos privar da leitura de bons livros, como Os Maias, com abertura desinteressante. Enfim, não há procedimento perfeito.
Não faltam boas aberturas de livros. Por preguiça, limitar-me-ei a 10 (uma para cada dedo de cada uma das minhas mãos), sem as hierarquizar, e apresentá-las-ei aqui nos próximos tempos. Depois – ah, a vaidade! – farei o mesmo com os meus romances e contos, incluindo as aberturas de cada capítulo.

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