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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Último conto meu -- II

Uma cabeça de puto mulato enfiou-se pela janela do carro adentro, braço escuro e tatuado encostou-lhe revólver ao peito e ouviu-se em português acriolado ou crioulo aportuguesado: --- Num te mexe, meu, ou te queimo!

Enrolado na companheira, o Jorge apenas pôde rodar a cabeça para o assaltante e, querendo concluir a preceito a obra em curso, limitou-se a dizer algo como: --- Desaparece, pá!

O estrondo do tiro estoirou-lhe os tímpanos no exacto instante em que o projéctil lhe rebenta o peito, perfura o coração, golfando a jorros sangue quente e viscoso sobre a mulher que até há poucos segundos atrás o cavalgava impetuosamente. Terá ainda ouvido o puto mulato a gritar vaidoso:

--- Já queimei um! Malta, vamos bazar, que já queimei um!

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