A avó Zé vista pelo Afonso. Trabalho de artista, na linha de Miró. Evidencia, sem margem para dúvidas, que o talento para a pintura foi herdado do avô materno --- eu próprio.
Põe os olhos neste pequeno pintor, João. Admira a disposição, a subtileza cromática, a linguagem não figurativa mas fortemente expressiva, a melancolia do modelo...
(Sei que é a avó porque o Afonso mo disse; porque se me tivesse dito que era um marciano teria acreditado na mesma. Também me pintou, mas não está satisfeito com o retrato: não conseguiu fazer o bigode; descontentamento de artista, que certamente motivará a próxima obra-prima.)
5 comentários:
No fim de semana passado desenhou a tia Sofia - de cor de rosa, porque não tinha lápis cor de pele. Depois começou a desenhar o tio Nuno: fez uma grande bola, mais uns rabiscos para cima e para baixo. O tio começou logo a ficar triste, a pensar que a grande bola era a sua barriga. No final o Afonso virou o desenho ao contrário e explicou: a grande bola era a cabeça e um riscos muito verticais eram a barriga. O artista também tem sensibilidade para não entristecer os modelos!
Eu ia para dizer que o avô estava muito beneficiado no retrato e perguntar quanto tinha pago ao artista. Afinal era a avó. Nem podia ser de outra pessoa. Só quem não percebe de pintura.
Mas vê lá se não te babes tanto com o talento de ti herdado, ainda provocas algum curto-circuito no teclado.
Bom fim-de-semana.
Vocês não percebem nada de pintura: está a essência da avó Zé: o centro representa o pragmatismo que a caracteriza, os fios sempre lisos do cabelo e, pormenor importante, as cores bem combinadas, tal qual como a avó combina.
Ai, os críticos, os críticos ...
Ivone
Estou com inveja: um estreante como o Afonso já tem quase tantas críticas escritas como eu próprio!
Será sorte de principiante? Ou um talento real, que desaparecerá quando deixar de conseguir ver elefantes dentro de jibóias?
O facto de seres das Humanidades não te impede de reconhecer que ver elefantes dentro de jibóias é apenas um sinal de criatividade, um pouco a modos que Salvador Dali...
E já agora, não anda aí um pouco de dor de cotovelo?
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