Começo, também eu, por roubar: o título é de Cardoso Pires, mas infelizmente ajusta-se tão bem à realidade actual que não hesito em me apropriar dele. Começando pelo princípio: acaba o futebol e recomeçam as notícias sobre roubalheira, desmandos, despesismo, desgoverno. E a oposição afia já dentes gulosos, impaciente pelo poder que tarda. Ah, não nos iludamos, os pequenos vampiros não se tornarão vegetarianos: uns abancarão festivamente à mesa do poder, outros deixá-la-ão pesarosos, talvez para uns "cargos" internacionais ou outros remunerados a peso de ouro na gestão das empresas do 'sector estratégico do estado', ou de privadas agradecidas -- e há os outros, a quem restará um lugar de deputado para o folclore, o espectáculo, os artifícios de retórica, as piadas sem graça, as graçolas que a nós, que sustentamos esses (e essas) cómicos falhados, nos enjoam.
A Oeste, nada de novo (Erich Maria Remarque): vampiros, pequenos, grandes, e os seus rituais. E, sempre, o sangue fresco da manada.
1 comentário:
Obrigado pelo Zeca.
Nunca pensei que 36 anos depois do 25 de Abril, "Os Vampiros" voltavam à luz do dia. E nada têm a ver com a série Crepúsculo ou Lua Vermelha. Antes tivesse.
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