Rui Rocha, no Delito de Opinião, "A geração nem-nem". Acrescento que oiço frequentemente mãe preocupada. Daquelas que tentam persuadir os filhos a estudar. Que os querem convencer a trabalhar. Que pedem emprego para eles. Que os vêem despedir-se porque o patrão não lhes dá folga pelo ano novo e o jovem tem o direito de o passar com os seus amigos. Antes que me comecem também a zurzir com as desculpas tugas, já bem rotas, acrescento que comecei a trabalhar aos 19 anos, como servente de pedreiro, na Ciferro, na altura construindo o tribunal de Leiria. Depois fui operário de plásticos na Júlio Ferreira até ser chamado para a tropa. Saneado com o 25 de Novembro de 1975, entrei para o ensino em 1976. Nunca recebi subsídio de desemprego, e baixa, só quando parti um dedo, trabalhava ainda nos plásticos. Filhas, genros, sobrinhos e sobrinhas, respectivos cônjuges, tudo trabalha. Quase todos em Portugal, o Gonçalo no Dubai, o Jeroen e o Kaspar na Holanda.
O desemprego é terrível. Mas o carpinteiro da minha terra não consegue aprendizes -- e só quem nunca precisou de um carpinteiro ignora como são bem pagos. Preciso de pedreiro de confiança, onde encontrá-lo? Quando terá disponibilidade para me atender? As boas empregadas domésticas rejeitam patroas, têm até lista de espera. E desde que li, a propósito dos cogumelos venenosos, que vêm tailandeses apanhar fruta para o Oeste...
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