Todos se lembram: os bonzinhos eram os muçulmanos do Kosovo, como antes tinham sido os da Bósnia, os croatas... Os maus eram os sérvios. Tão maus, tão maus, que a Nato, para proteger os bonzinhos, arrasou a Sérvia, forçou-a a aceitar o desmembramento do seu território. Graças à Nato, os bonzinhos dos muçulmanos do Kosovo proclamaram a independência dessa região sérvia, além do mais porque, depois dos massacres contra os sérvios, se tornaram nela maioritários.
Tenho o péssimo costume de olhar para o outro lado: se me dizem para olhar para cima, espreito para baixo; se querem que veja à direita, é na esquerda que atento. Por isso, tanto os media alardearam a maldade dos sérvios, que me levaram a desconfiar dos bonzinhos. E pormenores que escapavam à propaganda oficial iam-me convencendo de que não estaria totalmente errado. Os sérvios massacraram? Sem dúvida. Cometeram atrocidades terríveis contra populações indefesas? Sem dúvida. Mas, que eu saiba, nunca montaram uma rede de tráfico de órgãos extraídos de prisioneiros que eram engordados e mortos para o efeito. Liderada pelo actual primeiro ministro do Kosovo, ao que consta:
"Os prisioneiros sérvios até se sentiriam razoavelmente bem tratados: davam-lhes comida e deixavam-nos descansar. Mas depois, quando o negócio estava apalavrado, e as clínicas preparadas, eram levados para centros de detenção na Albânia, onde eram mortos com uma bala na cabeça e lhes eram extraídos órgãos, principalmente rins."
Como "a verdade imita o azeite no seu irritante costume de vir sempre à tona, tarde ou cedo" (Do lacrau e da sua picada), talvez um dia se venham a conhecer os porquês e os comos da guerra pela destruição da Jugoslávia, que antecipou outros conflitos justiceiros que tão bons resultados vieram a dar: Afeganistão e invasão do Iraque. Porque o primeiro está limpo de talibãs e pacificado, e o segundo, em paz e próspero, já não possui armas de destruição em massa.
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