Lentamente, regresso à normalidade. Na televisão, a abertura dos Jogos Olímpicos. Sobre a cerimónia, faço minhas as palavras de Eduardo Pitta e de João Gonçalves. Foi exactamente o que senti, antes de enjoar e abandonar a televisão. Hoje, ainda olhei para provas de natação. Sem a identificação espectador - atleta, o espectáculo das máquinas bem afinadas a cortar a água, mais parecidas umas com as outras do que os carros da fórmula 1, resulta monótono, desinteressante.
Azares de quem recusa o rebanho, se não maravilha com milhões gastos, luzes e fogos de artifício. De quem lamenta hipocritamente não conseguir ser quinhoeiro de tanta alegria, de tanta emoção, de tanta felicidade ao alcance da mão.
4 comentários:
Lamento a perda.
Mas a vida continua, apesar de tudo.
Muito obrigado. Tenho pensado muito sobre vida e morte, mas, quando se perde a mãe, nenhum pensamento, nenhuma intelectualização, diminui o sofrimento. E sente-se com maior acutilância a agressão da banalidade do quotidiano...
Temi que fosse a sua mãe. Tinha escrito que ela andava deprimida, sem interesse já na vida. E quando se perde o interesse na vida, torna-se difícil ganhar a batalha com a morte. Tenho muita pena, deve ser muito doloroso.
Mas os seus filhos e netos devem ajudar a superar a dor. A gente nova tem uma alegria que ajuda a seguir em frente.
É como diz. Os netos enchem-me de alegria que muito ajuda em momentos difíceis como este da morte da minha mãe. E há também a escrita, que se alimenta da dor e da alegria, mas mais dos momentos mais negros.
Muito obrigado pela solidariedade.
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