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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Entropia
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
A canção do vinho branco
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
As bicicletas (1)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Levantar quando entra senhora
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Vale a pena ter seguros?
terça-feira, 7 de novembro de 2017
Telefones e conversas
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
A minha Vespa
Com a alegria da criança que redescobre brinquedo há muito esquecido, voltei à minha velha Vespa 125, abandonada a um canto da garagem e com pouco uso anual por ter deixado de lhe fazer seguro — umas pequenas voltas de tempos a tempos para não enferrujar, e pronto.
Já renovei o seguro, já dei umas boas voltas nela a ver o estado geral.
Como quando a comprei, no início dos anos 80, pega à segunda pedalada, responde bem, o motor trabalha como relógio bem afinado; noto, porém, o banco mais rígido, a suspensão um pouco dura, o que não surpreende pois amortecedores e pneus ainda ainda são de origem.
Não, não está à venda.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Os sapatos do antifascista
Mas eu fazia-me parvo, esgazeava os olhos, nada dizia, até que, sem me conseguirem arrancar nada, tiveram de me soltar!”
Despediu-se, saiu, sempre a olhar em redor, assustadiço como coelho em tempo de caça.
E eu: — O gajo é doido, não é?
Ah, tinha ficado maluco em Caxias. Mas já antes não batia muito certo, talvez por isso tivesse sido preso: durante a greve do ano anterior, um grupo de estudantes tentava forçar a entrada numa sala para expulsar os fura-greves, a polícia foi chamada, todos fugiram menos ele, que foi apanhado a forçar a porta!
(Foto: fachada do prédio onde funcionou o Instituto Comercial de Lisboa)
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Eu enquanto leitor
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
A brincar, a brincar...
sábado, 26 de agosto de 2017
É deixar arder
domingo, 20 de agosto de 2017
AMI ou fraude?
Ontem, sábado, por volta do meio-dia, junto da estação do Oriente, do lado do Vasco da Gama, fui interpelado por jovem casal com coletes da AMI. O rapaz, a falar pelos cotovelos, perguntava-me quanto era necessário para dar uma refeição a uma criança necessitada no nosso país.
Não sabia.
__ Quarenta cêntimos!, dizia triunfal. E eu, que habitualmente não sou dado a contribuições nem a solidariedades, puxo da carteira: — Está bem vou contribuir por ser para a AMI, mas não com 40 cêntimos, que é ridículo. E prontificava-me a dar cinco euros.
O moço não aceitou. E falava, falava apressadamente, numa ânsia de despejar a cartilha aprendida: — Se arranjar uma caixa em sua casa, puser diariamente 40 cêntimos, o dinheiro de um café…
— Não há café a 40 cêntimos! E a querer sair dali, incomodado pelo calor, prossigo: — Já disse que contribuo, vamos lá a isso, que estou com pressa!
… Com os quarenta cêntimos guardados todos os dias para alimentar uma criança, ao fim de três meses tem sabe quanto?
Ia responder. Ele não deixou e arredondou: — 40 euros! E com esses 40 euros de 3 em 3 meses pode ajudar a AMI a alimentar as crianças necessitadas, recebendo em contrapartida um seguro de saúde! Tem algum?
— Não.
— E quanto é que paga quando vai ao dentista ou ao Hospital da CUF?
— Muito dinheiro., abreviei. Não conto a minha vida a estranhos.
— Ora veja…
Mas eu não queria ver. Uma coisa é dar um donativo para a AMI; outra subscrever um seguro de saúde por 120 euros anuais. Ele não desistia. Queria saber onde tratava dos meus dentes. Disse-lhe. E ele telefona a saber se essa clínica tem acordo com o seguro deles. Entretanto, diz à colega para me fazer o inquérito.
Olho-a com mais atenção. O colete branco da AMI tem nódoas. Puxa de uma ficha cheia de quadradinhos — amarrotada, também pouco asseada.
— Qual o seu clube?
De futebol, presumi. —Não tenho.
Queria que cantasse o hino de um clube. Que coisa mais parva! Nem sei nem sou artista de rua.
O moço interrompe-nos: não havia acordo com a minha clínica. Mas pode ir a qualquer outra…
— Não o faço, por razões que não estou para explicar. E não subscrevo seguros de saúde na rua. Se me der os papéis para estudar em casa…
Não podia.E já desinteressado de mim, despedia-se para prosseguir na caça aos otários. Um pouco mais afastados, outros jovens, com idênticos coletes da AMI, abordavam transeuntes.
A AMI anda nisto?
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Anjinhos ou anjolas?
No Delito de Opinião
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Alegretes
domingo, 6 de agosto de 2017
Milagre ou sugestão?
Entrei na piscina termal de São Pedro do Sul sem fé alguma nos poderes curativos daquelas águas quentes vindas das profundezas, que carregam consigo os odores sulfúreos do Inferno.
E as dores nos joelhos desapareceram! Diluíram-se, evaporaram, não sei. Mas deixaram-me logo ao primeiro tratamento, contrariando a opinião do médico das termas, que me tinha prevenido de que só a partir de onze sessões se começa a notar os benefícios.
Fui como turista, desafiado por amigos para umas mini-férias na região, que incluíam, para preencher os dias, tratamento termal. Voltei sem dores, não digo que convencido, mas muito satisfeito: os joelhos permitiram-me dar por lá umas boas voltas a pé, de tal forma que abusei, mesmo sabendo que não devia; apreciei muito a ginástica na piscina — exercícios igualzinhos ao Chi Kung (Qi Qong) que pratico regularmente há muitos anos —, as massagens e o vapor na coluna; a região, que já tinha visitado no passado, é linda, com muito para descobrir, como os moinhos das fotos abaixo, a gastronomia excelente, pelo que trouxe peso extra a sobrecarregar os joelhos…
Milagre ou sugestão? Tanto se me dá.
sábado, 1 de julho de 2017
Cuidado com os emails!
Este mail (ver imagem) é uma sofisticada forma de ataque informático (pishing). Aparentemente vem da Amazon e resulta de uma compra de jogos (que, obviamente, não fiz) no Facebook.
Os piratas esperam que o visado, indignado, clique no link
(ver CLICK HERE) para repor a sua verdade -- e ser, seguramente, infectado.
Desconfiado como sou, não cliquei. Mesmo tendo a certeza de que nada tinha sido comprado, fui ao site da Amazon. fiz o login e procurei por "orders". Nenhuma nos últimos 6 meses.
Não caiam nas armadilhas dos piratas! Nunca cliquem nos links! Lembrem-se sempre do Cântico Negro, de José Régio: "Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali... "
Incêndios e roubo de armas: Verão Quente
Um governo substitui outro para fazer melhor e não para se desculpar com as asneiras do anterior.
Pergunto novamente, como perguntei logo após o morticínio de Pedrógão Grande: não há responsabilidades políticas no roubo de armas e munições em Tancos?
Ou atribuímos as culpas no primeiro caso a um qualquer e anónimo cabo da GNR, no segundo à falha na videovigilância?
O que me suscita outra questão: com tanto militar a coçar o cu pelas paredes, não há quem faça serviços -- sentinelas, rondas?
terça-feira, 20 de junho de 2017
O povo
domingo, 18 de junho de 2017
Vergonha!
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Da queda familiar para os negócios
O meu pai já tinha vendido a fruta com melhor calibre e aspecto. Mas na adega, que outrora fora de vinho, empilhavam-se caixas com pêras e maçãs miúdas, verdoengas, algumas com pedrado.
Terá sido sugestão de companheiro de copos, dos muitos que nas férias convidava para a adega nos quentes serões da aldeia:
— Não vendes esta fruta?
— A quem? Os compradores não a querem!
— Se a levares para o mercado de Pataias desaparece tudo enquanto o Diabo esfrega um olho!
— Mesmo a miúda?
— Tudo! Lá vende-se tudo!
Ei-lo que sobe ao primeiro andar, eufórico:
— Amanhã vamos a Pataias vender a fruta da adega.
Resmunga a minha mãe: — Só se fores tu! Eu não sou vendedeira de praça!
Ele insiste. Lá vende-se tudo num instante, barato que seja, evita estragar-se.
Discutem. E a Ana, a pôr água na fervura: — Vamos, avó, eu vou consigo.
Com a companhia da neta, a minha mãe cede. — Mas tu, insiste para vincular o meu pai, ficas também a vender.
O meu pai diz que sim. Mas logo à chegada ao mercado, a pretexto de ver a concorrência, desandou, deixando-as sozinhas, com as caixas de fruta miserável, à espera dos compradores. Que, invariavelmente, optavam pelas bancas bem apresentadas, com abundância de produtos variados.
Demorou a voltar. Deve ter parado nas barracas de comes e bebes, uma bifana e uma cerveja ou copo de tinto, larachas com vendedeiras, cavaqueira com vagos conhecidos.
Queixa-se a Ana da má apresentação do produto, mostra-lhe as bancas de sucesso.
Ele concorda com largo sorriso — concordava sempre com a neta.
— Mas tivemos azar com o dia. Isto hoje está fraco, os outros também se queixam do mau negócio.
Venderam dois quilos, que nem pagaram o terrado...
terça-feira, 16 de maio de 2017
Ainda a omissão do artigo
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Ajuda: o meu estilo de escrita
Levo as críticas muito a sério. Mais do que os elogios. porque me obrigam a reflectir e, caso lhes reconheça pertinência, a atalhar caminho.
Semanas atrás, um visitante deste blogue fez-me o seguinte reparo:
"... não aprecio a falta dos artigos nas frases seguintes: "... seguem travesti mais produzido..." e "... assistem pacatos a revista com umas piadas...".
É uma marca de estilo recorrente e muito visível nestes seus escritos: aparece quase sempre. Mas soa-me mal e soa-me de todas as vezes que a leio, o que a torna ruidosa. Pode ser defeito meu, mas na minha construção da leitura prefiro a concretização mesmo indefinida de um artigo a esse vago que gera de modo propositado. "
Tenho reflectido sobre esta crítica, mas não me consigo decidir. Note-se que não é a gramaticalidade das frases que está em causa, mas um pormenor estilístico, e mal do autor sem estilo próprio. Por outro lado, este pormenor estilístico pode tornar-se, como diz o meu crítico, ruidoso e desagradável.
O que acham? Agradeço todas as contribuições.
sábado, 29 de abril de 2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
O direito e o avesso
Macron quis visitar uma fábrica de electrodomésticos que vai ser deslocalizada para a Polónia (a Wirlpool) e foi recebido com manifestações violentas, acabando a falar para as televisões no gabinete da administração; Le Pen apareceu de surpresa, e foi recebida com simpatia idêntica à de Jerónimo Sousa quando visita operários em luta: com exuberantes manifestações de carinho, beijos e abraços.
Para aqueles operários, Macron é o símbolo do capitalismo apátrida e da globalização; Le Pen, uma amiga que, como eles, quer o regresso à velha França, com fronteiras onde seria possível manter os direitos laborais penosamente conseguidos em duras lutas, não raro com sangue derramado. (Pourquoi ont-ils tué Jaurès?, perguntava Jacques Brel)
Não perco tempo com chavões, colagem de etiquetas a um e a outra, menos ainda a confundir os meus desejos com a realidade, e a realidade é o que dela fizemos, ou fizeram por nós os sátrapas deste capitalismo selvagem, que não quer fronteiras, nem direitos laborais, nem protecção do ambiente, e por isso mesmo deslocaliza para onde possa, ainda, explorar e destruir impunemente, na esperança de, quando tal não continuar a ser possível, substituir todos os trabalhadores por robôs — que não exigem salário nem fazem greve.
E assim, com os olhos atentos à realidade operária de França, não ficaria surpreendido se, como já aconteceu com Trump, essa realidade que as esquerdas tanto valorizavam, "le peuple", votasse com o coração e não com a razão, até porque a razão parece ser a do mal menor — e interrogo-me se é o mal menor para quem acaba de perder o emprego ou para o grande capital...
terça-feira, 25 de abril de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Sob a influência de Fernão Lopes
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Lisboa, anos setenta
"Lisboa parece adormecida, como se a chuva a tivesse anoitecido prematuramente, há-de chegar o tempo em que nunca dorme, por agora apenas no Bairro Alto, no Cais Sodré, no Intendente, há arremedos de diversão nocturna, se se pode chamar diversão a arruaças protagonizadas por marinheiros bêbedos da esquadra americana que mal fundearam no Tejo logo correram às putas, outros, de gostos diferentes, fingindo que o fazem por brincadeira, seguem travesti mais produzido que corista do Parque Mayer, onde os burgueses assistem pacatos a revista com umas piadas políticas benevolamente toleradas pelo regime, e o travesti vai ser famoso na sua velhice, quando, mais plastificado que estômago de tartaruga marinha, fizer as capas das revistas de cabeleireira, por viela escura dois marines seguem o R, dos Marinheiros alcunhado, poeta famoso e paneleiro lendário, lá mais para a noite estalarão as tais rixas, pancadaria rija entre os bravos chulos lusos, quais cavaleiros andantes a baterem-se por suas damas, e estes americanos amaricados — que dentro de poucas semanas receberão baptismo de fogo no delta do Mekong e em feroz batalha provarão, mais uma vez, que para a guerra não há como os panascas, como é sobejamente sabido desde os duros espartanos, o grande Filipe da Macedónia, o seu filho Alexandre, magno conquistador e maior pederasta, Júlio, César Augusto, o homem de todas as mulheres e a mulher de todos os homens, os famosos generais ingleses…
Afora putedo, paneleiros e revista no Parque Mayer, a vida nocturna da cidade resume-se a convívio pacato de oposicionistas nos seus cafés, na cervejaria Trindade, também os estudantes se encontram a pretexto do estudo nos cafés, alguns estão no Apolo 70 a ver A Semente do Diabo, e pouco mais, a capital do Império é serena, vive tranquila entre portas, culpa das televisões compradas a prestações que fixam as gentes nos seus lares, eléctricos e autocarros circulam quase vazios, o metro fechou antes da meia-noite, e a cidade repousa já, das Avenidas Novas até às barracas de Chelas, onde chega de táxi o Zé, acompanha-o outro Zé, mas tratemo-los pelos pseudónimos revolucionários, Pedro e Gustavo, adoptados a partir das iniciais do Comité de Luta Anti Colonial do Instituto Comercial, o "Guerra do Povo"."
Inédito meu, de romance em construção.