E foi o melhor que então me podia ter sucedido. Tive 9 a Desenho e 8 a Oficinas, o que, na época, implicava reprovação. Ninguém se comoveu com as boas notas que eu tinha a Português, a História, a Ciências, com as razoáveis a Matemática, etc. Ora este chumbo, que me humilhou de tal forma que nessas férias grandes nem saí à rua, ensinou-me duas coisas fundamentais: a primeira, que eu estava no curso errado (Formação de Serralheiros), uma vez que tinha reprovado nas disciplinas fundamentais; a segunda, bem mais importante, que alguma facilidade na aprendizagem, a que chamavam então inteligência, e sorte não chegavam; era preciso portar-me melhor, faltar menos às aulas chatas para andar de barco no rio, estudar com afinco.
Mudei de curso, comecei a aplicar-me, vim a ser novamente bom aluno. Nunca mais deixei de estudar. Embora, confesso-o, só depois dos quarenta, já na conclusão do meu mestrado em Linguística, lhe tenha tomado o gosto.
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