Soterrados há 19 dias, a 700 metros de profundidade, 33 mineiros chilenos lutam pela vida. Imagino-os apertados, na escuridão, famintos, a respirar ar viciado, obrigados a defecar no próprio local, senão nas próprias calças, à espera de um qualquer sinal de que não foram dados como mortos e sepultados vivos nessas profundezas. Imagino-os agora, a esperança reavivada, a suportarem meses de sofrimento e de desilusões até que, finalmente, os mais resistentes venham a ver novamente a luz do dia, a abraçar as famílias, que sofrem talvez mais ainda do que eles. Estes mineiros são a prova de que os homens ainda se não acabaram no planeta -- embora sejam cada vez mais raros. Como eles, como os familiares, como o seu país, desejo ardentemente que saiam vivos da sepultura em que jazem; como tantos outros tentarei reter as lágrimas quando os vir aparecer à superfície.
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