E depois? Não lhe chamavam o "veneno branco"? Não era, ainda há dias, responsável por boa parte das doenças "da civilização" -- obesidade, cárie, diabetes...? Preocupante seria se nos faltasse o vinho, como a Maria Parda, que
vio as ruas de Lisboa com tão poucos ramos nas tavernas, e o vinho tão caro e ella não podia passar sem elle:
Ó rua da Mouraria,
Quem vos fez matar a sêde
Pela lei de Mafamede
Com a triste d'agua fria?
Ó bebedores irmãos,
Que nos presta ser christãos,
Pois nos Deos tirou o vinho?
Gil Vicente, Pranto de Maria Parda
Gil Vicente, Pranto de Maria Parda
2 comentários:
Meu caro, é do novo? Já limpou?
Olhe, telefonei esta semana à minha tia, fizemos em conjunto, lá para os lados do Douro, contando já com eestes nevões, e ela diz que o raio do vinho ainda não limpou.
Já lhe meteram umas merdices que eu detesto, mas mesmo assim, parece que nada. Passa o S. Martinho, passa a consoada, e a malta sem beber uma golada.
Diga-me lá qual é o seu segredo.
O vinho amadurece no depósito, à espera de trasfega logo que eu tenha tempo. Mas a água-pé limpou, está uma delícia, leve (nove graus), fresca, saborosa e sem as tais merdices. Diz-se que o vinho limpa com o frio. Se assim for, já deve estar cristalino. Pena vivermos longe. O vinho e a literatura sempre andaram de braço dado.
Um abraço.
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