Houve, há, mulheres do diabo, volteiras, capazes de surrar impiedosamente um homem. Já vi algumas. Mas nenhuma como a deste episódio
Anos atrás, ao chegarmos ao café das imediações, deparámos com rapaz a tentar estancar o sangue que lhe jorrava da face. Sem querer ser parte nos conflitos daquela gente, entrámos, apesar do sol de inverno pedir esplanada. Ao balcão, uma jovem, estatura mediana, forte, berrava ao telefone e, olhos a fuzilar, olhou-nos como se também nos fosse desancar. Pedi os cafés, acrescentei, a querer distância da moça enraivecida: -- Vamos lá para fora. E perguntei à empregada,filha da dona, enquanto pagava para abalarmos depressa: -- O que é que foi?
Em voz baixa, sempre sem despregar os olhos da porta, não viesse de lá a outra, contou: aquele rapaz, e apontou-o com o olhar, pedreiro, ao vê-la chegar, teria murmurado algo; desconfiada, a volteira partiu uma garrafa e cravou-a impiedosamente na cara do moço. Depois, entrou, não a proteger-se de retaliações, mas a exigir o telefone, e ligou para a polícia a reclamar a sua presença.
-- Mas, acrescentava a empregada, eles não querem vir, que anteontem, no, e disse o nome de café vizinho, armou desordem, veio a polícia e arrumou um dos agentes com joelhada entre as pernas!
FOTO: a Maria da Fonte / Não é mulher como as mais / Usa facas e pistolas / Para matar os Cabrais!
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