Antes de mais, e para que não haja equívocos, a minha solidariedade para com os árabes que lutam contra a tirania e morrem nas ruas -- hoje, só numa cidade líbia, terão sido assassinados mais de 200.
Leva avante, e não temer...Por todo o lado, os povos do terceiro mundo, há demasiado tempo oprimidos, privados de esperança e, sobretudo, dos seus recursos naturais, vão levantar-se uns após outros. Más notícias para nós, na velha Europa, há séculos a viver melhor ou pior, quase sempre acima das nossa possibilidades -- à custa de quem? Más notícias para o nosso governo que ainda tem a esperança de escapar ao "auxílio" da União Europeia e do FMI, péssimas para todos aqueles que protestam contra os combustíveis caros, contra o desemprego, contra a carestia da vida: o petróleo vai subir até valores impensáveis, os preços de todos os bens, alimentos incluídos, vão disparar, e nem as energias renováveis ou as barragens nos vão valer. Se tivéssemos energia nuclear seria menos mau, mas foi mais divertido alinhar em campanhas "nuclear? Não, obrigado."
Pela santa liberdade,
Triunfar ou padecer... (1)
Também o já periclitante desequilíbrio de forças, que tem permitido a Israel fazer o que bem entende, tem os seus dias contados: os novos regimes não serão tão simpáticos, tão compreensivos, tão tolerantes como o foram os dos déspotas apeados ou a apear, quanto mais não seja porque os seus povos não o permitirão, e com um Irão nuclear a política dos falcões judeus de extrema-direita terá de dar lugar a opções mais dialogantes, mais pacifistas. Goste-se ou não, é o que vai acontecer.
E nós, portugueses? Bom, para que não subsista a dúvida de saber quem se vai lixar, recorde-se o anexim do mar e do mexilhão. Depois, há muita terra inculta. Para férias, em vez da República Dominicana, talvez uma praia portuguesa, pese embora o desconforto daqueles a quem revolta ouvir labreguices ao nosso povo (noutras línguas não lhes parecem tão mal). Haverá emprego para gente qualificada, i. e., que saiba e queira fazer alguma coisa de útil. A parcimónia impor-se-á, queiramos ou não. A mudança de rumo também, embora receie que só após violentas convulsões sociais.
(1) Versão constante de A Brasileira de Prazins, Camilo Castelo Branco.
(1) Versão constante de A Brasileira de Prazins, Camilo Castelo Branco.
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