A ninguém fica bem dizer mal de um morto -- até os seus arqui-inimigos hoje protestam amizade de três décadas. Mas ouvir, como acabo de ouvir na TV2 à Sandrinha, que morreu um dos maiores génios do séc. XX -- porra, é de mais. Que descobriu S. Jobs, para além da arte de nos vender aquilo de que não precisamos? A Teoria da Relatividade (restrita e alargada), a Mecânica Quântica, a Teoria das Cordas? Acaso descodificou o genoma humano? Que medicamentos, que tratamentos médicos lhe devemos? Foi ele que preparou as missões Apolo ou que ajudou sondas a voarem para além de Júpiter, outras a descerem em Marte? Inventou os computadores, criou o HTML, lançou a Internet? Foi ele que escreveu alguns dos melhores romances, que publicou poemas que marcaram esse século, que realizou os filmes mais emblemáticos? Ajudou de forma marcante o terceiro mundo? Devemos-lhe a paz nalguma região conflituosa do planeta? O fim da fome, de doenças endémicas? O seu legado, se é que há legado, em que consiste, resistirá ele ao Tempo?
Morreu um homem ainda novo, o que é sempre terrível. Feito de fraca carne humana, que ganhou e deu dinheiro a ganhar a muita gente. Mais nada. Que descanse em paz. E que todos os seus fãs, essa gente que passa a noite a pé à espera de ser dos primeiros a comprar o último brinquedo da maçã, me deixe em paz.
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